Potencial alelopático de Cosmos sulphureus Cav.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Bruna Pires da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150867
Resumo: Cosmos sulphureus Cav. é uma espécie que foi introduzida no Brasil como ornamental e hoje se comporta como uma planta daninha, apresentando elevado poder invasivo no ambiente, devido ao seu potencial alelopático, suprimindo inclusive o crescimento de outras plantas daninhas. Essa característica da planta a torna uma potencial candidata para obtenção de herbicidas naturais, os aleloquímicos, que uma vez isolados e caracterizados poderão ser utilizados diretamente como tal ou então para a semi-síntese de novos compostos. Em vista disso, objetivou-se avaliar e caracterizar o potencial alelopático de C. sulphureus e, também, extrair, fracionar e isolar os aleloquímicos promotores do efeito alelopático. Caracterizou-se o potencial alelopático de C. sulphureus pelo método de liberação por decomposição e por exsudação radicular (planta “in vivo”). A decomposição de plantas de C. sulphureus resultou em efeito alelopático inibitório sobre Lactuca sativa, Amaranthus viridis e Panicum maximum, principalmente na incorporação da maior quantidade de material vegetal.Exsudatos radiculares de C. sulphureus resultaram em efeito alelopático inibitório sobre A. viridis e P. maximum. Dentre os dois modos de liberação de aleloquímicos por C. sulphureus estudados, a exsudação radicular foi o mais ativo (planta “in vivo”). Também foi realizada a extração de folhas de C. sulphureus com água e solventes orgânicos e verificou-se a cito/fitotoxicidade dos extratos. Os extratos mais ativos foram fracionados utilizandose de técnicas de cromatografia e as frações obtidas foram testadas por meio de bioensaios (isolamento biodirigido). As frações bioativas foram analisadas para identificação das substâncias presentes por meio de HPLC-UV-MS e ressonância magnética nuclear. O extrato diclorometânico de folhas e o acetônico de raízes proporcionaram inibição significativa no alongamento de coleóptilos de trigo, e o primeiro apresentou-se mais fitotóxico às espécies receptoras (Allium cepa, L. sativa, Lepidium sativum, Lycopersicum esculentum, A. viridis, Echinochloa crus-galli, Panicum maximum e Urochloa decumbens). Foram isolados quinze compostos das folhas e cinco de raízes. Todos os compostos isolados das raízes, com exceção ao estigmasterol são fenilpropanóides, e foram isolados pela primeira vez na espécie C. sulphureus. Os compostos álcool 1’,2’-epoxi-3’,4-di-O-isobutiril-Z-coniferil e álcool 1',2'-dihidroxi-3',4-di-O-isobutirilconiferil, isolados das raízes, descrevem-se pela primeira vez na literatura. Os compostos majoritários isolados das folhas são lactonas sesquiterpênicas: costunolido, reinosina e santamarina. Os três compostos se descrevem pela primeira vez na planta C. sulphureus, com exceção do costunolido que já foi isolado anteriormente nesta planta. Santamarina e costunolido foram os mais ativos, seguidos por reinosina. Amaranthus viridis e P. maximum foram as espécies mais sensíveis à ação das lactonas. As lactonas sesquiterpênicas isoladas das folhas são uma fonte potencial para modelos de novos tipos estruturais de herbicidas.