O método Lancasteriano e o projeto de formação disciplinar do povo (São Paulo, 1808-1889)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Neves, Fátima Maria [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103191
Resumo: Durante o período de construção do Estado Nacional e de descolonização, as elites dirigentes investiram conscientemente contra as manifestações sociais das classes subalternas, entendidas como desordens sociais. Sob a influência do pensamento liberal e iluminista, atribuíam à instrução dessas classes a função de preservar e garantir o funcionamento do Estado Monárquico, a unidade e a integridade nacional, mais a manutenção da estrutura social regida pela economia escravista. A instrumentalização desse projeto civilizatório se fez por meio da oficialização do Método Pedagógico Lancasteriano, em 1827. Tal contexto amparou a construção da problemática da investigação desta tese, a qual gira em torno das questões: quais as características e quais os pressupostos que o Método revelava, para despertar o interesse das elites ilustradas? O que explicava os interesses que aproximavam as elites do Método? As hipóteses formuladas foram: o Método apresentava um ideal pedagógico altamente disciplinador; os objetivos, a dinâmica e o processo de avaliação pedagógica investiam na construção de um homem militarmente disciplinado e socialmente obediente. A partir dessas formulações estabeleceu-se como objetivo geral investigar a implantação e a anexação do Método Lancasteriano como um projeto das elites que constituíram o Estado Nacional, para atuar no complexo quadro da disciplinarização das classes subalternas e da formação da nação, priorizando a Província de São Paulo. As principais fontes consultadas foram o livro de Joseph Lancaster, Improvements in Education (1805), e os Relatórios manuscritos dos professores da Província de São Paulo (1850 - 1889). Os referenciais teóricos foram construídos tendo por suporte historiadores nacionais que analisam e investigam as classes subalternas brasileiras do...