Avaliação dos marcadores ecocardiográficos de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica e síndrome da apneia obstrutiva do sono (overlap syndrome)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barros, Jefferson Luis de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/243390
Resumo: Introdução: Pacientes com sobreposição da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) (overlap syndrome – OVS) podem estar mais propensos a desenvolver doenças cardiovasculares, portanto, a avaliação ecocardiográfica desses indivíduos é de grande relevância para propostas terapêuticas e de intervenção mais direcionadas. Objetivo: Avaliar os marcadores ecocardiográficos de pacientes com sobreposição de DPOC e SAOS. Métodos: Trata-se de estudo observacional retrospectivo, realizado por meio de análise de prontuários de todos os pacientes no período de dois anos com diagnóstico de DPOC com/sem SAOS. Foram avaliadas a função pulmonar, comorbidades, exames laboratoriais, polissonografia e ecocardiograma transtorácico. Resultados: Foram incluídos 74 pacientes na análise final e, destes 44 com OVS e 30 com diagnóstico apenas de DPOC. Dentre os pacientes avaliados, 54% eram do sexo masculino, com idade de 68,810 anos e VEF1 de 41(32-55)%. Os pacientes com DPOC sem SAOS apresentaram maior obstrução das vias aéreas pelo VEF1 em litros [0,9 (0,7-1,3) vs 1,1 (0,9-1,5); p=0,047], maior porcentagem na oximetria de pulso [93 (89,5-95) vs 90 (86,2-92,7); p=0,016] e maior necessidade de oxigenoterapia domiciliar (p=0,001). Em relação aos exames laboratoriais, viu-se apenas que o T4 livre foi maior no grupo com OVS (1,04±0,18 vs 1,18±0,25; p=0,038). Em relação à polissonografia, foi encontrada melhor porcentagem da saturação mínima [84 (75,2-88) vs 76,5(69,2-83); p=0,02] e menor índice de dessaturação [1,9(0-4,8) vs 11,1(7,4-31,3); p<0,001]. Quanto às variáveis ecocardiográficas, viu-se que as variáveis diastólicas estavam alteradas tanto nos pacientes com DPOC quanto naqueles com OVS e, além disso, os pacientes com OVS apresentaram maior diâmetro do átrio esquerdo (37±7,9 vs 41,5±6,4; p=0,02) e maior espessura da parede posterior do VE na diástole [9(8-10)mm vs 10 (9-12);p=0,03]. As demais mensurações não apresentaram diferenças significativas. Conclusão: Pacientes com OVS, mesmo apresentando menor obstrução das vias aéreas, eram aqueles com mais dessaturação e, sobre as variáveis ecocardiográficas, embora observadas nos dois grupos, aqueles com OVS apresentaram variações mais sugestivas de disfunção diastólica, em especial pelo aumento do diâmetro do átrio esquerdo e da espessura da parede posterior do ventrículo esquerdo na diástole.