Mulheres camponesas: construindo resistências através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Valadão, Franciele Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202515
Resumo: Entre os anos de 1998 e 2011 foram realizados 54 cursos de graduação no campo, totalizando 3.323 ingressantes, de acordo com dados do II PNERA. Apesar de os dados apontarem certa preocupação com o tema, torna-se pertinente a questão-problema central deste trabalho: a Educação do Campo, dentro da política do PRONERA, é uma ferramenta de resistência camponesa no combate à cultura machista? Nessa perspectiva, foi realizado um levantamento sobre o acesso de mulheres camponesas à educação, fazendo um recorte da discussão da igualdade de gênero, tendo em vista a histórica exclusão da mulher no campo devido a cultura do “cabra macho”, a qual acaba por repetir modelos patriarcais de organização. Para isso, fomos conhecer a origem e a trajetória das educandas dos cursos de ensino superior em Geografia, tanto de graduandas quanto de graduadas. Ao pesquisá-las, pudemos compreender o processo de vida de cada uma delas antes, durante e depois da inserção nos seus respectivos cursos, além de suas relações territoriais como camponesa, ribeirinha e/ou quilombola. Apresento, portanto, elementos da utilização das metodologias qualitativas na pesquisa geográfica de gênero, assim como do processo de construção da coleta de dados que se deu em duas etapas. A primeira parte da coleta se realizou com as graduandas do curso de Geografia da Terra e das Águas “Ulisses Manança”, da Universidade Federal do Pará (UFPA). Já a segunda parte se desenvolveu no Curso Especial de Geografia (CEGEO), na UNESP de Presidente Prudente, com as educandas da turma “Milton Santos”. Quanto ao primeiro grupo, percebemos diferentes formas de inserção nas organizações sociais, que foram dadas em diferentes momentos de suas vidas, porém sempre sendo o ímpeto para o acesso acadêmico. Esse processo de inserção acadêmica se mostrou imprescindível na reconfiguração das relações familiares, trabalhistas e sociais nas comunidades estudadas, permeados pela emancipação das sujeitas, pela luta contra o capital e pela formação pedagógica do campo para o campo.