As coleções de livros Bibliotheca Brasileira (1862-1863) e Brasília Bibliotheca Nacional (1862-1876): internacionalização de práticas editoriais e formação do cânone nacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santana Júnior, Odair Dutra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192018
Resumo: Este trabalho parte do advento da coleção de livros moderna como fenômeno importante para novas práticas de leitura e de canonização de autores na França, no século XIX, quando elas se constituíram como um verdadeiro gênero editorial, com suas próprias regras material e intelectual. A partir daí, apresentam-se os primeiros indícios desse fenômeno no Brasil e, em seguida, dispõe-se e se analisam aspectos de duas coleções mais bem estruturadas, e que tiveram a intenção inicial de reunir a literatura brasileira, nos anos 1860-1870. São elas a Bibliotheca Brasileira (1862-1863), de Quintino Bocaiúva, e a Brasília Bibliotheca Nacional (1862-1876), organizada por Joaquim Norberto de Souza e Silva e editada por Baptiste-Louis Garnier. Buscamos ampliar a investigação do processo que Antonio Candido nomeou “formação do sistema literário no Brasil”, dando novas dimensões ao traçado inicial proposto pelo crítico, por meio do estudo da materialidade das primeiras edições dessas coleções – considerando textos, paratextos e aspectos editoriais em geral –, sendo esse trabalho posto em perspectiva com as ideias de críticos e da História Literária brasileira. Ao final, comparadas ambas as coleções, elas se mostram ilustrativas de duas questões: a primeira é que, apesar do marcador nacional, elas estão inseridas em um fenômeno transnacional de circulação de métodos e estratégias dos editores do período em relação aos impressos; a outra é que a atuação e relações de seus agentes, organizadores e/ou editores, devem necessariamente ser considerados na “formação do sistema literário no Brasil”, o que amplia a ideia da relação obra-público-autor. Em conclusão, no contexto transnacional em que circulavam os bens culturais, as coleções literárias brasileiras aqui analisadas devem ser consideradas construções históricas, reveladoras de processos sociais e, especialmente neste estudo, da maneira como a literatura participou dos debates e ações em torno da construção da nacionalidade.