Influência do treinamento físico sobre a função cardíaca, proliferação de cardiomiócitos e níveis de angiotensina-(1-7) e do receptor Mas miocárdicos em ratos com disfunção ventricular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mota, Gustavo Augusto Ferreira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150421
Resumo: Introdução: Nos últimos anos, investigadores têm demonstrado que há a possibilidade de estimular a proliferação de cardiomiócitos adultos. Atualmente, a comunidade científica está voltada para três principais estratégias para a regeneração cardíaca: uso de células tronco, inibição de genes que regulam o sistema de controle do ciclo celular e o aperfeiçoamento de mecanismos endógenos. Um exemplo de mecanismo endógeno é a estimulação de vias de sinalização que permite a reentrada dos miócitos no ciclo celular e sua posterior divisão. O treinamento físico (TF) é um fator estimulatório para a proliferação das células cardíacas por meio da angiotensina-(1-7) (Ang-(1-7)) via receptor Mas. Além disso, o TF promove cardioproteção e aumenta os níveis deste peptídeo em animais com sobrecarga pressórica. Existem evidências, recentes, que o TF promove proliferação de miócitos em diferentes modelos experimentais e atua sobre os níveis de Ang-(1-7) em corações disfuncionantes. Entretanto, não foram encontrados estudos que avaliaram, concomitantemente, os efeitos do TF sobre a função, níveis de Ang-(1-7) e receptor Mas miocárdicos e proliferação de cardiomiócitos em modelo de sobrecarga pressórica e deterioração da função cardíaca. Objetivo: Testar a hipótese que o TF atenua a queda do desempenho cardíaco, acarreta proliferação de cardiomiócitos e eleva os níveis de Ang-(1-7) e do receptor Mas miocárdicos em ratos com estenose aórtica supravalvar (EAo) e disfunção ventricular esquerda. Métodos: Ratos Wistar machos foram separados em dois grupos: controle operado (Sham) e EAo. Após 18 semanas do procedimento cirúrgico, os ratos EAo e Sham foram redistribuídos em 4 grupos e randomizados quanto a presença ou ausência do TF por 10 semanas; (Sham, n = 20), (EAo, n = 19), (ShamTF, n = 20) e (EAoTF, n = 15). A remodelação cardíaca foi caracterizada pelas análises estrutural e funcional por ecocardiograma na 18ª e 28ª semana e estudo macroscópico post mortem. A análise da capacidade funcional dos animais foi realizada pelo teste de esforço progressivo. A avaliação da proliferação dos cardiomiócitos, pelo conteúdo de DNA, foi feita por citometria de fluxo. O sistema renina angiotensina cardíaco foi analisado pela expressão proteica dos receptores Mas e AT1 por Western blot. Resultados: O TF promoveu melhoria na capacidade funcional dos animais Sham e EAo quanto a velocidade de exaustão, tempo total e distância percorrida. Ao iniciar o TF na 18º semana os animais EAo apresentavam disfunção diastólica, sistólica e hipertrofia ventricular esquerda concêntrica. Na 28ª semana, este grupo manteve o mesmo padrão de disfunção cardíaca. O TF não acarretou alteração na função diastólica e melhorou a estrutura e função sistólica dos animais EAo. Os animais ShamTF mostraram aumento da função sistólica comparados com o Sham. Não foram observadas diferenças entre os quatro grupos estudados em relação ao ciclo celular dos cardiomiócitos e expressão do receptor Mas no miocárdio. Houve diminuição da expressão do receptor AT1 no grupo EAo, e o TF não alterou este padrão no EAoTF. Conclusão: O treinamento físico melhorou a capacidade funcional e a função sistólica dos animais, sem repercussões benéficas sobre a função diastólica, proliferação de cardiomiócitos e expressão proteica do receptor Mas.