Evolução termocronológica da região à leste da bacia offshore do Namibe, Angola, por meio de traço de fissão e (U-Th)/He em apatitas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Bruno Venancio da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/140291
Resumo: A termocronologia de baixa temperatura tem sido uma ferramenta importante para a quantificação de processos geológicos em margens continentais passivas. Neste contexto, a margem angolana mostra evidências de uma evolução pós-rifte policíclica marcada por eventos de soerguimento, inversão de bacias e mudanças nas taxas de sedimentação para as bacias marginais, os quais têm controlado a tectônica salina e a localização dos depósitos de hidrocarbonetos. Para entender a evolução pré, sin e pós-rifte da margem sudoeste angolana, amostras de afloramentos para análises por traço de fissão e (U-Th)/He em apatitas foram coletadas em um perfil entre as cidades de Namibe e Lubango variando de 79 m à 1675 m de altitude. A área está situada no limite entre os segmentos Central e Austral do Atlântico Sul a poucos kilômetros à norte da cordilheira Walvis e compreende as rochas arqueanas à paleoproterozóicas do cráton do Congo. As idades TFA variam de 120.6 ± 8.9 Ma à 328.8 ± 28.5 Ma e apresentam uma tendência de envelhecimento com o aumento da altitude. O comprimento médio dos traços (MTLs) varia entre 11.77 ± 1.82 µm e 12.34 ± 1.13 µm com uma distribuição unimodal (TLDs). As idades HeA variam entre 128.8 ± 3.9 Ma e 196.6 ± 5.9 Ma e apresentam um padrão de envelhecimento em direção ao Grande Escarpamento, com idades mais antigas do que as respectivas idades TFA, interpretadas como o resultado do acúmulo de danos radioativos nas apatitas. As modelagens das histórias térmicas foram construídas com os parâmetros cinéticos Dpar e com o ângulo em relação ao eixo-c por meio do software Hefty. Ambas as modelagens TFA e HeA indicam três principais eventos de resfriamentos associados à soerguimento/denudação: do Jurássico ao Eocretáceo, no Neocretáceo e do Eocêno – Oligocêno ao recente, os quais são compatíveis com as espessuras de sedimentos interpretadas a partir de dados geofísicos da região offshore do Namibe. Os dados aqui obtidos sugerem uma evolução fanerozóica policíclica para o sudoeste da margem angolana e reforça a importância do evento cenozóico na área o qual têm sido documentado amplamente ao longo da margem angolana mas não têm sido evidente em outras regiões da África meridional, onde têm sido dada mais importância aos eventos do Cretáceo. As diferenças de magnitude entre os eventos registrados no sudoeste de Angola e noroeste da Namíbia parecem estar associados à um controle do embasamento, com os zonas de cisalhamento neoproterozóicas absorvendo mais deformação do que o cráton do Congo durante os episódios de encurtamento da margem.