Mecanismos de danos mitocondriais induzidos pelo Diuron e seus metabólitos em mitocôndrias hepáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Seloto, Danielle Gabriel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204920
Resumo: A utilização de praguicidas é motivo de preocupação devido aos possíveis efeitos tóxicos para a saúde humana. Entre os praguicidas, o Diuron, um composto derivado da ureia, é o décimo segundo herbicida mais vendido no Brasil, apesar de sua classificação pela Agência de Proteção Ambiental norte-americana (USEPA) como “provável cancerígeno para a espécie humana”. Sucessivos estudos sobre o potencial modo de ação (MoA) cancerígeno do Diuron no urotélio de ratos foram publicados por nosso grupo de pesquisa TOXICAM em periódicos com política editorial seletiva no exterior. No entanto, permanecem desconhecidos qual é o mecanismo de ação citotóxica deste herbicida, e qual de suas formas é responsável pela citotoxicidade, se o Diuron parental ou algum de seus metabólitos. Os estudos sobre o MoA do herbicida permitiram levantar a hipótese de que ele exerce sua toxicidade por provocar dano mitocondrial (mitotoxicidade). Levando em consideração que a biotransformação inicial do Diuron ocorre no fígado, o presente estudo procurou explorar aquela hipótese pela avaliação in vitro dos danos de mitocôndrias isoladas do fígado de ratos Wistar jovens. As mitocôndrias foram expostas ao Diuron ou a cada um de seus dois principais metabólitos, já demonstrados como citotóxicos para células humanas: 3,4-diclorofenilureia (DCPU) e 3,4-dicloroanilina (DCA). Nossos achados sugerem que o Diuron e seus metabólitos provocam ação desacopladora da fosforilação oxidativa, o que foi evidenciado pela dissipação do potencial de membrana mitocondrial e do consumo de oxigênio basal. Também, demonstramos que o metabólito DCA causou inchamento mitocondrial na sua maior concentração testada, um indicador morfofuncional de grave dano da organela. Nossos achados sugerem que o Diuron e seus metabólitos DCA e DCPU podem ser classificados como mitotoxicantes, uma vez que foi observada disfunção mitocondrial.