Melaço de soja em substituição ao milho para cordeiros confinados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Arruda, Maria Carolina Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191764
Resumo: O melaço de soja é um subproduto da fabricação do concentrado proteico de soja. Por possuir alto valor energético e grande teor de carboidratos solúveis, possui alto potencial de uso na nutrição de animais ruminantes, principalmente em substituição a outros alimentos energéticos, como o grão de milho. A utilização desse subproduto garante melhor destino ao que seria resíduo industrial e possibilita a diminuição do custo total da ração. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a inclusão crescente de melaço de soja (até 30% na matéria seca da dieta) sobre o desempenho em confinamento, comportamento ingestivo, saúde ruminal e qualidade da carne e carcaça de cordeiros cruzados ½ Santa Inês × ½ Dorper terminados em confinamento. Foram utilizados 40 cordeiros machos, não castrados, de peso médio inicial de 20,7 ± 2,4 kg, e idade aproximada de 120 dias. Os animais foram distribuídos em quatro tratamentos (0, 10, 20 e 30% de MSO na MS em substituição ao milho), divididos em cinco blocos casualizados (DBC) de acordo com o peso inicial, sendo adaptados por 16 dias, com dietas contendo concentrações crescentes de concentrado e melaço de soja (duas dietas, oito dias cada). O comportamento ingestivo foi realizado no início, meio e final do período de terminação com as dietas finais, e quando atingiram 42 dias, foram então abatidos, totalizando 58 dias de confinamento. No abatedouro foram coletados dados quantitativos de carcaça e amostras de carne e rúmen para posterior análise de qualidade da carne e saúde ruminal. Os dados foram avaliados pelo programa estatístico SAS, utilizando contrastes ortogonais, em que os valores de desempenho, carcaça e carne foram avaliados como DBC, e os dados de comportamento ingestivo como DBC com medida repetida no tempo. A inclusão do MSO proporcionou maiores consumos de matéria mineral (p<0,01) e menores consumos de extrato etéreo (p<0,01) para o controle comparado ao MSO. O consumo de MS em % do peso corporal foi maior para os tratamentos com MSO (p=0,026) comparado ao tratamento controle. Não foram observadas diferenças no ganho médio de peso diário. Para comportamento ingestivo, o MSO promoveu efeito linear decrescente para ruminação deitado (p=0,041) e linear crescente para a eficiência de alimentação (p=0,043). Para tempo em interação com bebedouro (p=0,026) e tempo de mastigação por bolo ruminal (p=0,015) foram observados menores valores para os tratamentos com MSO comparados ao controle. Os ácidos graxos C14:0, C17:0, C17:1, C18:2ω6c, C20:2 e C20:3ω6 apresentaram valores menores (p=0,05, 0,028, 0,031, 0,007, 0,004 e 0,030, respectivamente) com a inclusão do MSO, enquanto os ácidos graxos C22:0 e C22:6ω3 aumentaram (p=0,022 e 0,002, respectivamente). Os valores de ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) ω6 (p=0,046) e relação ω6/ω3 (p=0,016) foram menores para os tratamentos com MSO, enquanto os valores de AGPI apresentaram efeito linear decrescente (p=0,019). Não foram observadas diferenças significativas para os dados de carcaça e composição da carne. A utilização de até 30% de MSO na MS da dieta total de cordeiros confinados, em substituição ao milho, foi semelhante no desempenho, saúde ruminal e parâmetros de carcaça, e ainda tornou a carne mais saudável, melhorando a relação ω6/ω3.