Fatores condicionantes para a adoção de defensivos biológicos por produtores rurais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Trevisan, Glauce Lunardelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251720
Resumo: Objetivo Este trabalho teve por objetivo investigar os fatores condicionantes da atitude favorável, da intenção de uso e da aceitação da tecnologia de defensivos biológicos agrícolas por produtores rurais. Metodologia / Procedimentos de Pesquisa Por meio da construção de um modelo teórico baseado na Teoria do Comportamento Planejado (TPB) de Ajzen & fishbein (1980) e do Modelo de Aceitação de Tecnologia (TAM) de Davis (1989), foi realizada uma pesquisa quantitativa (survey), utilizando um instrumento de coleta de dados estruturado, composto por escalas métricas validadas por outros autores e adaptadas para o estudo. O levantamento dos dados ocorreu através da aplicação de um questionário para autopreenchimento, por meio eletrônico em uma amostra composta por produtores ou decisores de compra de insumos em todo território brasileiro. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e da aplicação da Modelagem de Equações Estruturais (SEM), com Mínimos Quadrados Parciais e Modelos de Caminhos (PLS-PM) utilizando o software SmartPLS 2.0. Resultados e Discussões Os construtos do modelo TPB (atitude, norma subjetiva e controle comportamental percebido) foram responsáveis por 41,3% da variância na intenção de uso de defensivos biológicos na produção. No modelo TAM, a atitude, mediada pela utilidade percebida e pela facilidade de uso percebida capturou 31,4% da variância na intenção. Os resultados apontam que o modelo TPB apresenta maior poder de explicação da intenção em relação ao TAM; porém, em relação aos impactos das variáveis endógenas, o TAM apresenta melhor resultado para explicar a intenção de uso dos defensivos, por meio da mediação completa na facilidade de uso percebida. Dessa forma, ações que mostrem ao produtor as facilidades de uso que os defensivos biológicos oferecem e favoreçam a percepção de utilidade do insumo, são estratégias para motivar uma atitude positiva em relação à intenção de uso e à sua adoção da tecnologia. Implicações Gerenciais Os consumidores passaram a exigir produtos cada vez mais alinhados às questões de sustentabilidade. Para a agricultura e seus setores atenderem à essa demanda, a produtividade e a sustentabilidade das práticas agrícolas devem ser melhoradas e novas estratégias devem ser encontradas. O uso de defensivos biológicos na agricultura cumpre esse papel, permitindo aos agricultores produzirem de maneira sustentável, tanto em relação ao meio ambiente quanto em relação à saúde. Apesar de oferecerem tais vantagens, há fatores que limitam sua adoção plena, como conscientização insuficiente sobre a tecnologia, especialmente entre os pequenos produtores, investidores e formuladores de políticas públicas. A aplicação do conhecimento e das teorias desenvolvidas no Estudo do Comportamento do Consumidor podem contribuir para explicar o que influencia o comportamento de adoção dessa tecnologia e quais são as principais barreiras, inclusive possibilitando calcular o impacto que cada fator de influência tem na formação de atitude e na aceitação dos defensivos biológicos. Conclusões e Limitações da Pesquisa Os modelos teóricos testados neste estudo permitiram concluir que a aceitação dos defensivos biológicos pelos produtores rurais depende da criação de um ambiente favorável que forneça informações sobre o insumo, elucidando as facilidades de seu uso as e as vantagens em sua utilização na fazenda. Nesse sentido, sugere-se que as empresas de defensivos biológicos desenvolvam estratégias que possibilitem oferta contínua de serviços de suporte técnico, extensão e treinamento e de produtos para os agricultores, de modo a garantir um maior acesso desse tipo de insumo para uma produção agrícola sustentável e de qualidade e um consumo saudável. Como limitação, o estudo investigou as variáveis clássicas dos modelos TPB e TAM em uma amostra pequena de produtores rurais brasileiros, o que pode não ter sido suficientes para explicar o comportamento de adoção dos defensivos biológicos, uma vez que a adoção de tecnologia depende não só das características do indivíduo, mas também das caraterísticas da tecnologia ao longo do tempo. Originalidade Publicações sobre os fatores que influenciam a adoção de defensivos biológicos agrícolas por produtores rurais brasileiros são escassas ou têm abordagens descritivas. Este estudo contribui no sentido de fornecer dados a respeito das características sociais dos produtores e suas percepções a respeito da tecnologia.