Jean Piaget e Paulo Freire: respeito mútuo, autonomia moral e educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alves, Sabrina Sacoman Campos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153485
Resumo: A realidade educacional brasileira, hoje, predominantemente autoritária, violenta e reprodutora, exige que, enquanto educadores e pesquisadores, possamos refletir sobre como formar para a autonomia moral e lograr, a partir daí, uma intervenção social mais efetiva. Autores como Jean Piaget e Paulo Freire, com suas teorias consistentes e críticas, podem contribuir para um aprofundamento dessa reflexão. Nesta pesquisa, fixamos como objetivo verificar quais são as aproximações entre as teorias de Jean Piaget e Paulo Freire, no que se refere a aspectos do desenvolvimento moral e, ainda, analisar as implicações dessas aproximações para a teoria e a prática educativa. Para tal, utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica, analisando conceitos fundamentais sobre a moral, nessas teorias, e estabelecendo as relações entre eles. Observamos que ambos os autores apresentam uma concepção de que o desenvolvimento moral ocorre a partir da oposição entre dois tipos de relações sociais: as relações coercitivas ou opressoras, nas quais predomina o respeito unilateral, e levam o sujeito a posicionamentos teóricos e práticos heterônomos; e as relações cooperativas ou dialógicas, em que se sobressai o respeito mútuo, e conduzem à autonomia e à liberdade. A fim de evidenciar as aproximações, elegemos eixos teóricos fundamentais para Freire e Piaget, que são o respeito mútuo, a autonomia e a educação moral. A partir desses eixos, encontramos relação entre as díades conceituais: respeito unilateral e opressão; respeito mútuo e diálogo; heteronomia e cultura do silêncio; autonomia e liberdade. Não estabelecemos identidade entre esses conceitos, porém, destacamos as aproximações entre eles, no que diz respeito à moral. Percebemos a tomada de consciência como processo importante, em ambas as teorias, para que o sujeito, com base nas relações de reciprocidade, alcance a autonomia moral. Essas aproximações nos possibilitaram chegar a implicações para a educação que apontam, para além da autonomia intelectual, a necessidade de uma educação para a formação humana, para a autonomia moral. Trata-se de uma educação ativa, baseada na reciprocidade e no respeito mútuo, portanto, no diálogo, preocupada com a conscientização e com a transformação social. Diferentemente da educação verbalista, que emprega as lições de moral, essa educação para a autonomia, indicada por Paulo Freire e Jean Piaget, é pautada em experiências cooperativas e democráticas, vislumbrando a formação de cidadãos críticos e engajados.