Do discurso científico sobre o indígena ao discurso indígena na ciência: decorrências críticas na construção de um paradigma indígena de pesquisa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nascimento, Priscila da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194334
Resumo: Nesta tese objetivei compreender questões epistêmicas e metodológicas que atravessam a produção teórica de intelectuais indígenas que procuram conjugar a multiplicidade de saberes dos povos indígenas com conhecimentos reconhecidos hegemonicamente como científicos. A pesquisa se concentrou na análise de uma variedade de materiais bibliográficos disponíveis, e ainda pouco conhecidos, produzidos por indígenas e de outros que compõe a vasta tradição teórica que conforma o pensamento científico moderno-ocidental em um recorte que privilegia o campo das Ciências Sociais. As reflexões desenvolvidas aqui se estruturam em três momentos principais. No primeiro deles contextualizo o debate teórico acerca do lugar reservado aos povos indígenas nas produções científicas anteriores e posteriores à década de 1960 e identifico as transformações teóricas e sociopolíticas que possibilitaram reconhecimento, ainda incipiente, das agências e protagonismos dos povos indígenas no campo da produção intelectual. Em um segundo momento procuro mapear e destacar alguns elementos relacionados a emergência de intelectuais autodefinidos como indígenas como as particularidades do processo educativo comunitário, a importância dos movimentos indígenas na luta por direitos educacionais, as conflitualidades presentes nos modelos de educação indígena de caráter estatal e as iniciativas e experiências indígenas em torno da autonomia e autodeterminação educacional. Por fim, procuro refletir sobre as especificidades de uma perspectiva indígena sobre a produção de conhecimentos científicos e destacar uma série de elementos epistêmicos e metodológicos que, na perspectiva de diferentes intelectuais indígenas, permitem afirmar a existência de um paradigma indígena de pesquisa.