Avaliação do risco para apneia obstrutiva do sono após cirurgia ortognática de recuo mandibular: revisão de literatura e meta-análise.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Trindade, Paulo Alceu Kiemle
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244458
Resumo: Introdução: O recuo mandibular isolado tem sido utilizado como tratamento cirúrgico do prognatismo mandibular associado à má oclusão dentária de classe III. No entanto, acredita-se que o recuo mandibular possa induzir sintomas da apneia obstrutiva do sono (AOS) ao aumentar a resistência da passagem de ar no espaço aéreo faríngeo. Objetivo: avaliar o risco para AOS em indivíduos com prognatismo mandibular submetidos ao recuo mandibular isolado. Método: uma revisão sistemática da literatura (RS) foi realizada por dois revisores independentes nas bases de dados PUBMED, LILACS, EMBASE, SCOPUS, WEB OF SCIENCE e COCHRANE, utilizando as palavras-chave “mandibular setback surgery” e “obstructive sleep apnea”. Foram incluídos estudos de série de casos que apresentavam dados polissonográficos pré e pós-operatórios, com follow-up mínimo de 6 meses. Resultados: De 931 artigos, 22 foram selecionados para leitura na íntegra e destes, 09 artigos foram incluídos na RS. Foram avaliados 189 pacientes submetidos ao recuo mandibular isolado (6,07 ± 2,53 mm). Não houve diferença estatística apontando um aumento do índice de dessaturação de oxigênio (ODI 3%) pós recuo mandibular (DM: - 0.31, IC 95%: -0,24 a 0,87, p<0,27), tão pouco uma diminuição significativa da saturação mínima de oxigênio (SpO2) pós recuo mandibular (DM: - 0.31, IC 95%: -1,20 a 0,58, p<0,50). No entanto, houve diferença estatística indicando um aumento do índice de apneia e hipopneia (IAH) pós recuo mandibular (DM: 0.45, IC 95%: 0,12 a 0,77, p<0,007). O risco de viés e a qualidade da evidência foram avaliadas pelas ferramentas Modified Delphi technique e pela ROBINS I tool. Conclusões: Esta meta-análise demonstrou que a cirurgia de recuo mandibular isolado de 6,07 ± 2,53 mm leva a um aumento significativo do IAH, sem, contudo, caracterizar valores compatíveis com o diagnóstico de AOS.