Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Souza, Mariane Pizarro de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202715
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Resumo: |
As mulheres tiveram as suas histórias silenciadas pela historiografia oitocentista, que as considerava como indignas de serem estudadas; ademais, os historiadores daquele período somente utilizavam como fontes históricas os documentos escritos da Igreja e do Estado e, consequentemente, o passado dos indivíduos ditos “comuns” também fora negado. Em 1929, é fundada a Escola dos Annales, a qual renova a teoria e os métodos de se fazer História, alargando o rol de fontes historiográficas. Em 1960, com o advento do movimento feminista, os historiadores e, essencialmente, as historiadoras começaram a estudar o passado das mulheres, buscando compreender a histórica subalternização feminina. Essas pesquisas deram origem, nos anos de 1980, a uma nova categoria analítica, o gênero, o qual compreende que o feminino e masculino são construções socioculturais criadas no âmago das relações de poder, a partir do sexo biológico dos sujeitos. Atualmente, a História das mulheres e as relações de gênero são temáticas consagradas, na academia; entretanto, nos últimos anos, grupos conservadores têm acusado as escolas de estarem propagando uma suposta “ideologia de gênero”, ensinando sobre identidade de gênero e orientação sexual, o que estaria deturpando os valores da “família tradicional”. Apesar de, nos últimos meses de 2020, o STF ter barrado projetos de lei que visavam a proibir que temas sobre gênero fossem discutidos nas escolas, os conservadores conseguiram censurar os termos gênero e orientação sexual da PNE 2014 e da BNCC do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Com base nesse cenário, a presente pesquisa analisou 12 livros didáticos de História que foram escritos em função das orientações da BNCC, buscando estudar como os materiais abordavam a História das Mulheres e as questões de gênero. Com base nas análises, foi constatado que as mulheres e suas histórias ainda são marginalizadas nos livros, todavia, algumas obras apresentaram informações que possibilitam aos educandos refletirem sobre como o gênero é atravessado pelas questões de classe e étnico-raciais, e como os desígnios de gênero podem mudar de uma sociedade para a outra. Ao final desta pesquisa, foram produzidos dois materiais didáticos de apoio, um para o docente e outro para os educandos, contendo informações e atividades a respeito da História das mulheres egípcias, gregas e romanas, que podem ser utilizados em diferentes níveis e etapas de ensino. |