Legislação sobre a formação em Educação Física no Brasil: formando professores ou profissionais?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Metzner, Andreia Cristina [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191044
Resumo: A trajetória histórica da formação em Educação Física mostra que a legislação marcou, e ainda marca, a sua constituição enquanto profissão. No Brasil, a Educação Física foi construída por meio de embates políticos, epistemológicos e ideológicos. Assim, essa área traz arraigada em si características do passado que necessitam ser superadas. Deste modo, a presente pesquisa teve como principal objetivo investigar as Diretrizes para a formação de professores expressas na legislação e as consequências políticas e pedagógicas no campo de formação em Educação Física. Este estudo é de cunho qualitativo e do tipo pesquisa descritiva-analítica. Os dados foram coletados usando-se uma entrevista semiestruturada, composta de quatro questões abertas. A amostra foi composta por 20 profissionais de Educação Física, sendo cinco representantes de cada um dos seguintes grupos: GRUPO A - Entidade Científica com Atuação Nacional; GRUPO B - Coordenação de Curso de Licenciatura em Educação Física; GRUPO C - Sistema de Regulamentação Profissional; GRUPO D - Pesquisadores que estudam Formação Profissional em Educação Física. Os resultados mostraram que a perspectiva geral dos participantes dos grupos B, C e D indica que houve avanços ao longo da história, principalmente, porque as Diretrizes apresentaram uma preocupação maior com a dimensão pedagógica no currículo dos cursos de licenciatura, com o fortalecimento da identidade do professor, com a definição do perfil do licenciado e com a especificidade da formação docente. E, no caso específico da Educação Física, a criação do bacharelado (Resolução n.º 03/87) e consolidação de duas formações distintas (Resolução n.º 07/2004) foram determinantes para a melhoria da formação profissional nessa área. Já os participantes do grupo A afirmaram que as mudanças na legislação não apresentaram resultados positivos ou que não há pesquisas significativas sobre o tema para permitir tal suposição. Além disso, apresentaram um posicionamento contrário em relação a distinção dos cursos de formação, defendendo uma formação única e a extinção do curso de bacharelado. Concluímos por meio de nossa análise documental e da fala dos sujeitos da pesquisa que as Diretrizes Curriculares Nacionais contribuíram para uma formação de professores que caminha para um processo de fortalecimento da identidade em relação à docência e de valorização profissional do licenciado. Considera-se que a divergência entre os grupos em relação às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Física demonstra uma disputa pela hegemonia no espaço social da área, permitindo apenas consenso parcial em relação às mudanças estabelecidas pela legislação.