Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Leal, Plínio Marcos Volponi [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/215717
|
Resumo: |
Como observa Maingueneau (2010, 2014), existem muitas frases que circulam “sem texto”. Provérbios, slogans, ditados, manchetes, sentenças, fórmulas, citações célebres etc. são frases que fogem aparentemente à ordem do texto e, assim, circulam como frases autônomas em diversos suportes: conversações, imprensa escrita, fachada de edifícios, camisetas, placas de automóveis, cartazes de protesto etc. Muitas dessas frases são destacadas de textos, como é o caso das citações célebres, enquanto outras, pela sua própria natureza, não se vinculam exatamente a um contexto situacional nem a um contexto original, como é o caso dos provérbios. Neste trabalho, analisamos um tipo particular de frases destacadas presente em cartazes e banners de manifestações populares que integram as fotografias publicadas no jornal Folha de S. Paulo, no ano de 2013. Trata-se de um caso particular de destacamento, uma vez que o discurso midiático destaca, por meio dessas fotografias, frases que já haviam sido destacadas pelos manifestantes, na condição de cartazes de protesto e banners. Defendemos que, nesse caso, ocorre “destacamento duplo” ou “destacamento em dois níveis”. Com o intuito de compreender melhor esse fenômeno e as especificidades dessas frases, foram selecionados dois eixos para analisá-las: descrição e análise linguística das construções frasais e análise do ethos discursivo. As análises demonstram que a função social específica do gênero “cartaz de protesto” é de expressar as demandas do locutor/enunciador no ato de protesto (função expressiva subjetiva) e, ao mesmo tempo, buscar a adesão do interlocutor a essas demandas (função apelativa intersubjetiva), função linguisticamente instanciada por padrões construcionais específicos. As análises também revelam que a influência de um repertório cultural compartilhado relativo ao imaginário sobre as manifestações populares particulariza o ethos discursivo dessas frases, que nem sempre corresponde ao ethos solene que caracteriza a enunciação das frases destacadas, o que diferencia as frases aqui analisadas dos demais tipos de frases autônomas. |