Relações tróficas entre Euborellia annulipes (Lucas) (Dermaptera: Anisolabididae) e Bacillus thuringiensis no manejo de Plutella xylostella (L.) (Lepidoptera: Plutellidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nunes, Gilmar da Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193369
Resumo: As brássicas são cultivadas no mundo inteiro e o uso de Bacillus thuringiensis (Bt) na forma de bioinseticidas tem se destacado no controle da praga-chave, Plutella xylostella (Lepidoptera: Plutellidae). A espécie de tesourinha Euborellia annulipes (Dermaptera: Anisolabididae) está associada à predação desses insetos-praga e podem auxiliar no controle biológico, mas efeitos adversos de Bt em inimigos naturais são preocupações que também vêm sendo levantadas e algumas interações entre tesourinhas e entomopatógenos ainda são pouco compreendidas. Objetivou-se avaliar os efeitos indiretos de B. thuringiensis em aspectos da biologia de E. annulipes quando alimentada com P. xylostella, e no comportamento de predação da tesourinha. Lagartas de P. xylostella não infectadas e infectadas com dois bioinseticidas Dipel®WG (Bt kurstaki) e XenTari®WG (Bt aizawai) nas doses recomendadas pelos fabricantes, foram fornecidas como alimento ao predador. Foram avaliados os efeitos de Bt no desenvolvimento biológico, predação, peso, preferência alimentar, em diferentes condições de escolha, e na resposta funcional do predador. Não houve efeito deletério de Bt no desenvolvimento, mas observou-se que a alimentação com lagartas infectadas afetou a predação por ninfas e por fêmeas, levando-as a consumir mais presas, e a fertilidade do predador, reduzindo a taxa de eclosão e de reprodução líquida. Em condições sem chance de escolha houve menor consumo de lagartas não infectadas, mas com escolha, elas foram preferidas quando comparadas àquelas infectadas com Dipel®. A taxa de predação da tesourinha aumentou em função do aumento da densidade populacional da presa, mas a resposta funcional não foi alterada, sendo do tipo II. O predador investiu menos tempo de manipulação em presas infectadas com Bt e a taxa máxima de predação aumentou. Bioinseticidas Bt usados para o manejo de P. xylostella causam efeitos colaterais no desenvolvimento biológico e afetam indiretamente a predação de E. annulipes. Os achados desta pesquisa podem ser aplicados às abordagens do manejo integrado de pragas e apontam possíveis impactos ecológicos de Bt em tesourinhas.