Abordagem Orff-Schulwerk e teoria histórico-cultural: implicações da Educação Musical Ativa à formação de docentes para e da educação infantil

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Santos, Eric Brandão Gonçalves dos [UNESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Arte na educação; Professores - Formação; Música - Instrução e estudo; Arte e música; Psicologia do desenvolvimento; Educação de crianças; Professores de educação infantil; Art in education; Art and music; Music - Instruction and study; Developmental psychobiology; Early childhood education teachers
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258233

Este texto traz aspectos de pesquisa de mestrado direcionada à sistematização e à análise de bases teóricas que articulam os princípios da abordagem pedagógico-musical Orff-Schulwerk aos postulados da Teoria Histórico-Cultural de Vigotski e seus seguidores, com vistas à ampliação teórico-científica de docentes para e da Educação Infantil. A Orff-Schulwerk, uma das pedagogias musicais ativas existentes na Educação Musical, orienta ações pedagógicas coletivas e humanizadoras, nas quais o indivíduo também é protagonista, visando não somente ao seu desenvolvimento musical, mas também psíquico, afetivo e social. Essas teorias integram, por sua vez, uma área do conhecimento mais ampla, que podemos denominar Educação Musical Ativa. Trata-se, assim, de refletir questões sobre a democratização de aspectos pedagógicos e filosóficos da abordagem Orff-Schulwerk e da Educação Musical Ativa, contemplando docentes da Educação Infantil que não sejam propriamente especialistas em música, mas que desejem incorporar esse objeto da cultura às suas práticas. Com esse entendimento, surgiu o seguinte problema de pesquisa: De que maneira os princípios pedagógicos e filosóficos da Educação Musical Ativa, com ênfase na abordagem pedagógico-musical Orff-Schulwerk, se articulam aos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, tendo em vista a formação docente para e da Educação Infantil? O objetivo geral da pesquisa é compreender de que maneira os princípios pedagógicos e filosóficos da Educação Musical Ativa, com ênfase na abordagem pedagógico-musical Orff-Schulwerk, se articulam aos estudos advindos da Teoria Histórico-Cultural, e em quais dimensões tais articulações podem contribuir para a constituição teórico-científica de docentes para e da Educação Infantil, sobretudo, professoras e professores não especialistas em música. De modo específico, o objetivo é socializar exemplos de práticas pedagógicas acessíveis a docentes não musicistas que corroborem com os princípios teóricos apresentados e favoreçam a inserção ativa das crianças nos momentos de troca e comunicação sonoro-musicais, motivando o desenvolvimento humano desde o começo da vida. O recorte temporal da revisão bibliográfica se inicia em 2009, ano de publicação da revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (Brasil, 2009a), e da reedição dos “Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças” (Campos; Rosemberg, 2009), documento do MEC voltado ao bem-estar e desenvolvimento das crianças menores de 6 anos de idade. O marco final da revisão bibliográfica é 2024, ano de conclusão das investigações apresentadas na presente dissertação. A revisão de literatura revelou uma carência de estudos que articulam princípios da Orff-Schulwerk, da Educação Musical Ativa em geral e da Educação Infantil, tendo como eixo norteador a Teoria Histórico-Cultural, reforçando a necessidade de um aprofundamento teórico nessas áreas do conhecimento e justificando a materialização da pesquisa discutida nesta dissertação. Diante do estudo realizado, foi possível concluir que os princípios pedagógicos e filosóficos da Orff-Schulwerk e da Educação Musical Ativa em geral se articulam aos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural. Também ficou evidenciado, em caráter teórico, que tais articulações podem contribuir qualitativamente para a constituição teórico-científica e humana de docentes não musicistas e para a organização de práticas sonoro-musicais desenvolventes, que favoreçam a inserção ativa de crianças.