Hidrogel de biocelulose na lesão mamilar decorrente de amamentação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: JESIELA PASSARINI [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
dor
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/261525
Resumo: INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado que a mãe alimente exclusivamente o bebê com leite materno até os seis meses de idade. O leite materno é considerado o alimento mais completo para o recém-nascido, contém todas as proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas e minerais importantes para o crescimento. O processo de amamentação pode sofrer interferência de vários fatores, implicando em prejuízos para a mãe e o bebê, dentre eles destaca-se a lesão mamilar, que dificulta o processo de aleitamento por ocasionar desconforto e dor à mulher. Vários tratamentos têm sido recomendados ou utilizados na lesão mamilar. Deste modo, esta pesquisa justifica-se pela busca de novas alternativas no tratamento de lesões, como exemplo o hidrogel de celulose bacteriana. OBJETIVO: verificar a eficácia do uso da biocelulose no tratamento da lesão mamilar (LM), buscando alternativas terapêuticas que contribuam para a promoção e incentivo à amamentação sem dor. MÉTODOS: Um estudo clínico, experimental, controlado e randomizado foi desenvolvido no Banco de Leite Humano (BLH) da cidade de Araçatuba-SP. 27 lactantes foram selecionadas e divididas em dois grupos: Grupo Controle (GC) e Grupo Tratado com Hidrogel (GH). As participantes do GC receberam uma embalagem de 30 g de lanolina purificada e foram orientadas quanto a aplicação do produto nas LMs. O GH recebeu aplicação tópica de hidrogel de biocelulose nas lesões mamárias. Foram realizados registros fotográficos no dia da avaliação (D0), 24 horas (D1) e 48 horas (D2) após o início do tratamento. A intensidade da dor foi mensurada através da Escala Visual Numérica (EVN). Foi empregado o teste t Student nas comparações da evolução do tratamento. Os percentuais de redução semanal no tamanho das lesões foram comparados entre os grupos e as mudanças foram analisadas utilizando o Wilcoxon Signed Ranks Test. RESULTADOS: Foi observado que 92,3% das puérperas do GC apresentaram mamilos protusos e 7,7% mamilos semi protusos. No GH, 71,4% das puérperas tinham mamilos protusos e 28,6% mamilos semi protusos. O ingurgitamento das mamas foi verificado em apenas 23,1% do GC, e em 78,6% no GH. Em todas as puérperas controle e na maioria (92,8%) das tratadas com hidrogel constatou-se apojadura. A congestão vascular e linfática foi observada em 15,4% do GC e 57,1% do GH. Verificou-se que 69,2% das mulheres do GC e todas do GH tinham dor ao amamentar. No GC, 93,2% apresentou fissura, 15,4% de escoriação e 7,7% de erosão. No GH verificou-se 50% de fissura, 57,1% de escoriação e 14,3% de erosão. No D0 a média da intensidade da dor foi de 6,0±3,5 na mama direita e 6,5±2,8 na mama esquerda, no D1 a média foi de 4,6±2,4 na direita e 4,2±3,2 na esquerda e, no D2 a média foi de 4,2±2,6 na direita e 3,5±3,1 na esquerda. Já no GH, no D0 a média foi de 6,9±2,9 na mama direita e 7,6±3,2 na mama esquerda, no D1 a média foi de 4,9±3,1 na direita e 5,4±2,2 na esquerda e, no D2 a média foi de 2,7±2,5 na direita e 2,6±2,6 na esquerda. CONCLUSÃO: O hidrogel de biocelulose apresenta-se como uma alternativa promissora no tratamento da LM, visto que a composição se tornou aceitável e sem riscos para a saúde do bebê.