Análise dos atendimentos da demanda espontânea em unidade básica de saúde de um município do interior de São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Simone da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214833
Resumo: Introdução: As pessoas definem suas necessidades de saúde com formas e graus variados e momentos variados, caracterizando a demanda espontânea na unidade de saúde. O não acolhimento dessas necessidades resultam em reclamações, retornos repetidos e Prontos Socorros (PS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) sobrecarregados com casos passíveis de serem resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde/Estratégia Saúde da Família (UBS/ESF). Frente ao exposto, este estudo teve como objetivo principal analisar os atendimentos de demanda espontânea realizados em uma unidade básica de saúde, de um município do interior de SP. Como objetivos secundários: analisar a conduta/desfecho destes atendimentos; identificar junto aos profissionais de saúde, que atuam nessa UBS, as principais dificuldades enfrentadas para o atendimento de casos de urgências/emergências; compreender a percepção desses profissionais em relação ao suporte oferecido pelo município para realização destes atendimentos na UBS onde foi realizado o estudo; identificar estratégias para melhorar o atendimento dos casos de urgências/emergências nessa UBS; identificar os problemas de acesso e registro das informações nos prontuários; elaborar um plano de ação de educação permanente adequado ao contexto da UBS estudada. Métodos: estudo descritivo, exploratório, transversal de abordagem mista. A coleta foi realizada em duas etapas: na primeira foram levantados os atendimentos de demanda espontânea realizados em uma unidade básica do interior de São Paulo, no período de setembro de 2019 a maio de 2020; na segunda foram entrevistados 10 profissionais de saúde, atuantes neste serviço há mais de um ano, e que consentiram na participação. As entrevistas foram transcritas e analisadas utilizando-se a estratégia metodológica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: Dos 306 prontuários analisados referentes à demanda espontânea no período estudado, a maioria era de mulheres (58,5%), com idade média de 57 anos, que procuraram o serviço por necessidade de assistência burocrática 225 (73,5%), como pedidos de renovação de receitas, exames diversos e solicitação de encaminhamentos para especialistas. Constatou-se que apenas 81 (26,5%) pacientes receberam algum cuidado local e nenhum paciente foi transferido para o serviço de emergência. Na segunda fase da pesquisa foram entrevistados 10 profissionais de saúde, cuja síntese das entrevistas contribuíram para elaboração do discurso do sujeito coletivo, agrupado em três temas: dificuldades enfrentadas pelos profissionais para o atendimento de urgência/emergência na unidade básica de saúde; suporte oferecido pelo município para realização dos atendimentos de urgência/emergência na atenção básica; propostas para melhoria dos atendimentos de urgência/ emergência. Conclusão: Os resultados apresentados demonstram que a maioria dos atendimentos realizados na demanda espontânea referem-se à assistência burocrática e que casos complexos ou mesmo urgências/emergências não são encaminhados para a UBS estudada. Portanto, os atendimentos são eletivos e resolvidos na própria unidade. Os discursos evidenciaram que o serviço não tem condições de atender casos de urgência/emergência, em virtude do despreparo da equipe e falta de recursos humanos e materiais. Além disso, não há preocupação do município em oferecer condições mínimas para que este atendimento seja realizado na UBS. Como proposição de melhorias os participantes destacaram a necessidade de treinamento e capacitação dos profissionais de saúde, investimento em recursos materiais e aquisição de equipamentos, bem como permanência de médico em período integral no serviço e implantação de protocolos de atendimento. A coleta dos dados identificou problemas nos processos de trabalho, falta de qualificação dos profissionais e de investimento da gestão municipal para atendimento dos casos de urgência/emergência nesta unidade de atenção básica. Considerando que grande parte dos problemas encontrados podem ser abordados com ações de Educação Permanente em Saúde (EPS), elaborou-se um plano de ação para implementação de educação permanente na UBS Macro II, como produto da pesquisa.