Modernidade republicana e diocesanização do catolicismo no Brasil: a construção do bispado de Botucatu no sertão paulista (1890-1923)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Aquino, Maurício de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103158
Resumo: Este trabalho defende a tese segundo a qual as relações entre Estado, Igreja Católica e Sociedade no prelúdio da ordem republicana brasileira devem ser entendidas no âmbito das articulações e tensões entre a modernidade e a diocesanização. Esse conceito, entendido a partir da categoria de estratégia como formulada por Michel de Certeau, indica nesta pesquisa um amplo e complexo processo de recomposição de lugares físicos, de lugares políticos e de lugares teóricos a partir da expansão do número de dioceses criadas na Primeira República brasileira. No campo da historiografia, diocesanização apresenta-se como um contraponto crítico ao uso interpretativo do conceito de estadualização da organização eclesiástica consagrado em influente livro de Sérgio Miceli, escrito nos anos 1980, sob o título de A Elite Eclesiástica Brasileira (1890-1930), sobretudo, em análises que reduzem as ações eclesiásticas à finalidade de obtenção de um pacto oligárquico. Postulando as relações entre Estado republicano e Igreja Católica desde a noção de equilíbrio móvel das tensões, inspiração teórica que remete aos trabalhos de Norbert Elias, esta pesquisa demonstra, a partir do estudo da criação e construção da diocese de Botucatu no interior do estado de São Paulo, as dinâmicas rearticulações de aproximação e de conflito entre os membros dessas instituições e entre os projetos civilizatórios civis e eclesiásticos do período, assentadas, de um lado, na laicidade pragmática do Estado ainda muito pautada pelo regalismo do período imperial; e, de outro lado, na autocompreensão de “sociedade perfeita” da Igreja, desde a “teoria teológico-política dos dois poderes” na qual as sociedades “civil” e “eclesiástica” eram consideradas distintas e...