Estudo etnofarmacológico visando a descoberta de compostos canabimiméticos através da metabolômica baseada em espectrometria de massas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gomes, Karolina Eduarda Ruiz [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258659
Resumo: As plantas têm sido utilizadas para diversos propósitos desde o início da história humana. Nesse contexto, a etnofarmacologia surge como uma disciplina essencial para entender e validar o uso de plantas em tratamentos modernos, pois descobre novos compostos bioativos baseados no conhecimento empírico de populações locais, inspirando o desenvolvimento de novos medicamentos. Muitas plantas possuem compostos canabimiméticos que imitam os canabinoides da Cannabis sativa, uma planta utilizada há milênios de forma tradicional desde os primórdios da humanidade para tratar diversas enfermidades. Essa longa história de uso ressalta a importância dos canabinoides para a saúde humana. Este estudo teve como objetivo demonstrar o perfil químico de cinco plantas componentes do fumo "Tira-Capeta": Syzygium aromaticum, Petiveria alliacea, Ruta graveolens, Allium sativum e Eucalyptus globulus, a fim de encontrar candidatos para serem moduladores do sistema endocanabinoide. Para tal, utilizou-se a metabolômica, especificamente redes moleculares, através da plataforma Global Natural Products Social Molecular Networking (GNPS) a partir de dados obtidos por UPLC-ESI-QqTOF-MS/MS para triar o metaboloma dessas plantas. O software MZmine 2.53 e o modo de análise Feature-Based Molecular Networking (FBMN) foram essenciais para a aplicação da técnica de redes moleculares. Foi identificada uma variedade de compostos bioativos pertencentes a diferentes classes químicas, como alcaloides, cumarinas, flavonoides e ácidos fenólicos. Entre os compostos anotados estão skimmianina, γ-fagarine, xantotoxina, isopscilina, arborinina, rutamarina, quinonlactacina A, chalepensina, feoforbide A, ácido neoclorogênico, isorhamnetina-3-O-glicosídeo, 3,7-di-O-metilquercetina, luteolina, 3’,6-disinapoilsacarose e ácido 3-p-cumaroilquínico. A continuação desta pesquisa, incluindo estudos de caracterização e bioatividade, será essencial para validar a eficácia dos compostos identificados, ampliando assim o potencial terapêutico dos canabimiméticos. Este trabalho reforça a importância da interface entre a ciência moderna e o conhecimento tradicional, promovendo a descoberta de novos medicamentos que podem beneficiar a saúde global.