Cartas pedagógicas: masculinidades e escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Souza, Igor Neves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213444
Resumo: O gênero como categoria de análise neste trabalho é compreendido por um viés construcionista, isto é, uma estrutura social histórica e mutável que apresenta relações íntimas entre corpo, sexualidade e as diferentes relações de poder que atravessam estes corpos. Nesta perspectiva, os espaços sociais, sobretudo as estruturas institucionais estão inseridos em uma ordem de gênero, um sistema normativo e desigual que atua sobre todos os indivíduos em diferentes escalas e profundidades. A escola, como instituição normalizadora, está inscrita nesta dinâmica de forma que seu ambiente é responsável por vigiar, punir e reproduzir preconceitos, estereótipos e desigualdades de gênero. Sendo assim, se faz necessário a ampliação do debate e a compreensão da complexidade em torno destas temáticas, com especial olhar sobre a prática docente do professor homem e suas possíveis relações com as construções de subjetividade da masculinidade hegemônica. Dada a natureza política e social da temática, buscou-se gênero textual capaz de suscitar discussões por meio da promoção de diálogo com público amplo e que articulasse posicionamento político e intencionalidade pedagógica com potencial sensibilizador. Dessa forma optou-se por uma escrita epistolar, especificamente cartas pedagógicas, devido ao seu caráter popular, potência e legado político. Portanto, essa dissertação tem como objetivo específico identificar e problematizar questões de gênero e masculinidades na escola, ao retomar algumas lembranças de minha trajetória formativa no sistema educacional, bem como de transgredir a estrutura de escrita acadêmica hegemônica ao utilizar o gênero textual cartas pedagógicas, ao passo que articula escrita científica, epistolar e literária, constituindo assim uma dissertação-epistolar-literária. A contar daí, devido ao caráter narrativo, formativo e reflexivo das cartas pedagógicas, bem como as limitações decorrentes do cenário pandêmico no Brasil, foram utilizadas memórias do próprio autor como base e fio condutor para a escrita das missivas em articulação com a produção científica da área. A partir do apresentado foi possível corroborar a importância formativa das produção de cartas, sobretudo no potencial uso na formação e sensibilização de professores, possibilitando um entendimento crítico e consciente de temáticas como gênero na prática educativa. Neste caminho, foi possível reconhecer o gênero como categoria estruturante nas dinâmicas sociais, bem como desvelar práticas, preconceitos e construções generificadas nas práticas formativas, oferecendo importante reflexão sob como se constroem as masculinidades hegemônicas na escola de forma a se perpetuar nos processos formativos.