Envelhecimento e grupalidade em mulheres idosas de um Centro de Referência da Assistência Social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Valente, Mariana Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214985
Resumo: O envelhecimento populacional se configura como uma realidade cada vez mais presente na sociedade brasileira. Boa parte dos idosos procuram pelos serviços ofertados pela política pública de assistência social, principalmente no que se refere à participação em grupos de convivência. Esta pesquisa teve como objetivo investigar de que forma as idosas que frequentam um grupo do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de um Centro de Referência da Assistência Social localizado em um município de médio porte do interior do Estado de São Paulo percebem o grupo e de que forma a participação influencia na qualidade de vida delas. A pesquisa se configura em uma abordagem qualitativa. Para desenvolvê-la, utilizamos como bases principalmente obras das autoras Bosi, Debert, Correa e Beauvoir, além dos documentos que dizem respeito à execução das políticas públicas para a terceira idade, em especial as da Lei Orgânica da Assistência Social e do Estatuto do Idoso. Em relação aos instrumentos de coleta de dados, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, análise bibliográfica e depoimentos. A amostra consistiu no referido grupo de idosas, o qual ocorria semanalmente e era composto por quarenta e duas participantes do sexo feminino. Foi realizada uma entrevista com o grupo e quatro entrevistas individuais com as integrantes que se voluntariam a participar da pesquisa, mediante termo de consentimento livre e esclarecido. Para analisarmos as informações coletadas por meio das entrevistas, utilizamos a análise de conteúdo de Bardin como base metodológica. A partir desta metodologia, organizamos as informações e as classificamos em categorias, de modo que chegamos a 33 categorias iniciais, 6 categorias intermediárias e 3 categorias finais. As categorias finais, as quais se referem a “Envelhecimento e Matrimônio”, “Envelhecimento e Atividade” e “Envelhecimento, Grupalidade e Amizade” subsidiaram nossas interpretações e nos possibilitaram chegar aos resultados. Foi possível constatar que as principais motivações das idosas para frequentar o grupo referiam-se à busca por atividades de lazer e ao estabelecimento de novas amizades, e que a participação no grupo pôde operar uma mudança qualitativa em relação à qualidade de vida. Constatamos, também, que a pandemia teve um impacto negativo na qualidade de vida delas por diversos fatores, dentre os quais a queda brusca na renda devido à impossibilidade de trabalho, à impossibilidade de manter o isolamento social devido ao fato de residirem sozinhas e ao fato de enxergarem o isolamento social como confinamento, impossibilitando-as de executarem atividades cotidianas que lhes proporcionavam lazer e sociabilização. A escuta das participantes ao longo da realização desta pesquisa possibilitou compreendermos como se dá o processo de envelhecimento para as idosas aqui em estudo, e permitiu dar voz a elas enquanto mulheres e cidadãs de direito. Dessa forma, o grupo de convivência da assistência social revelou-se como um relevante instrumento de valorização das histórias, vivências e experiências, uma vez que é passível de operar uma mudança qualitativa em relação à qualidade de vida e à dignidade das idosas participantes.