Marginália tropical: Cacaso, um poeta antropófago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Costa, Patrícia Anzini [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/96271
Resumo: O objetivo desta dissertação é ressaltar de que forma o poeta mineiro Antônio Carlos de Brito, o Cacaso (1944-1987), pertencente à geração da década de setenta que ficou conhecida como marginal do mimeógrafo, explora os recursos estéticos proporcionados pela movimentação cultural anterior, intitulada Tropicalismo. Assim, o choque ocasionado pelos tropicalistas que proporcionou uma ruptura aos valores estabelecidos de uma sociedade mascarada pela repressão político-ideológica - fruto do golpe militar ocorrido em 1964 - é reavivado pelo escritor marginal de modo notável. A desconfiança frente ao discurso mítico-nacionalista advindo dos militares, a urgência de se criar uma identidade cultural nacional através da instauração antropofágica que visa o rompimento de hierarquias nas mais diferentes manifestações artísticas e a necessidade de dar prosseguimento à crítica de um país em cacos, propondo sua atualização, ecoa nos versos do poeta. A poesia do autor mineiro também reflete temática e esteticamente uma sociedade incapaz de compreender as mudanças do seu próprio sistema; sociedade esta que necessitava urgentemente abrir diálogos mundiais, admitir sua condição de diversidade cultural e questionar a técnica e o progresso como valores fundamentais para o desenvolvimento de uma nação. Dessa maneira, propõe-se, através da apresentação crítica da poética cacaseana, sobretudo de alguns poemas do seu segundo livro intitulado Grupo Escolar (1974), revelar os ingredientes de reconstrução e desmistificação da realidade brasileira de que Cacaso se apropria, bem como destacar a reviravolta em parâmetros até então hegemônicos de avaliação cultural. Intimamente conectados com as propostas dos tropicalistas, esses parâmetros vão, a partir dos poetas marginais, exigir um novo posicionamento frente aos conceitos de modernidade, inovação e ruptura...