Eficácia do índice de choque no diagnóstico inicial de hipovolemia: revisão sistemática e metanálise proporcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Albuquerque, Vagner Cavalcanti de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150301
Resumo: Introdução: A triagem e avaliação inicial de pacientes com hipovolemia são guiadas pela apresentação dos sintomas clínicos e pelas alterações nos sinais vitais. Frequência cardíaca (FC) e pressão arterial sistólica (PAS), isoladamente, nem sempre refletem com acurácia o início de quadros hipovolêmicos. Contudo, a combinação dos sinais vitais tradicionais (FC/PAS) origina o índice de choque (IC), que se postula ser indicador mais precoce de hipovolemia. Objetivo: A proposta deste estudo foi estabelecer a acurácia diagnóstica do IC para o diagnóstico inicial de hipovolemia decorrente de hemorragia, tanto em ambiente simulado, quanto em situações clínicas obstétricas. Método: Estudos transversais que incluíram dados de indivíduos adultos de qualquer idade ou sexo com suspeita de hemorragia, provenientes de estudos clínicos (obstétricos) ou simulados (doadores de sangue ou submetidos à LBNP – Low body negative pressure), que avaliaram a acurácia do IC e dos sinais vitais tradicionais (PA e FC) isolados no diagnóstico de hipovolemia foram incluídos no presente estudo. Valores considerados como hipovolêmicos foram IC > 0,7, FC > 100 bpm e/ou PAS < 100 mmHg. Obtiveram-se os estudos das seguintes bases de dados: CENTRAL, MEDLINE, EMBASE e LILACS, com os termos “shock index” e “hypovolemia” e suas variantes. Última pesquisa foi realizada em maio de 2016. A ferramenta QUADAS avaliou a qualidade metodológica. Metanálise proporcional foi realizada com variáveis dicotômicas e seus respectivos intervalos de confiança de 95%, considerando o efeito randômico. A heterogeneidade foi calculada por meio do I2. Resultados: A busca inicial identificou 121.648 títulos. Após seleção por títulos e resumos, obtiveram-se 101 artigos com prováveis critérios de inclusão na revisão. Entretanto, 87 estudos foram excluídos por serem revisões, cartas ao editor ou estudos fora do contexto. Desta forma, 14 estudos foram incluídos para análise, sendo 8 estudos de ensaios simulados e 6 de pacientes com quadro de hemorragia de natureza obstétrica; destes estudos, 6 foram incluídos na metanálise. O tamanho das amostras variou de 15 a 336 pacientes, com idade variando de 22 a 65 anos. Os resultados da metanálise mostraram que quando IC > 0,7 foi utilizado para detectar perda sanguínea nos pacientes simulados e obstétricos a proporção de detecção deste evento foi de 67% (intervalo de confiança 95%: 0,46 - 0,84), quando comparado à detecção de 25% (intervalo de confiança 95%: 0,12; 0,42) da PAS < 100 mm Hg (p < 0,05). Não houve diferença estatística entre IC e PAS em relação à FC > 100 bpm (proporção de detecção do evento = 27% (intervalo de confiança 95%: 0,07; 0,54). Conclusão: Esta revisão sistemática e metanálise proporcional sugere que o IC > 0,7 apresenta maior proporção na detecção inicial de hipovolemia causada por perda sanguínea em indivíduos submetidos a estudos simulados e em pacientes obstétricas, quando comparado à PAS isoladamente. Mais estudos são necessários para investigar se o IC é capaz de identificar maior proporção de casos de hipovolemia quando comparado à FC isoladamente.