Destoxificação e descoloração de poluentes ambientais por consórcios microbianos marinhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vieira, Gabriela Alves Licursi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148844
Resumo: Considerando a importância dos processos de biorremediação, o presente trabalho teve como objetivo principal avaliar o potencial de consórcios microbianos, constituídos por quatro fungos filamentosos isolados de invertebrados marinhos e duas bactérias recuperadas de reservatório de petróleo, na destoxificação de poluentes ambientais, por meio da sobrevivência do microcrustáceo Artemia sp. e da luminescência da bactéria Vibrio fischeri. Após estudos de antagonismo entre os micro-organismos, foram estruturados oito consórcios microbianos, em diferentes combinações. Os consórcios foram usados, isoladamente, para avaliar a toxicidade dos poluentes ambientais corante têxtil RBBR (Remazol Brilliant Blue R), óleo diesel e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Dentre os consórcios estudados, o consórcio 3, composto por dois fungos filamentosos e pelas duas bactérias, apresentou melhores resultados de destoxificação do corante RBBR e óleo diesel, após sete dias de cultivo a 28 oC e 140 rpm. As enzimas ligninolíticas apresentaram atividade baixa ou ausente no teste feito com o corante e com o óleo diesel. Para o benzo[a]pireno (BaP), apesar de ter havido uma produção mais expressiva de enzimas ligninolíticas, os resultados de destoxificação foram incoerentes, por não apresentar toxicidade mesmo em elevadas concentrações. Sendo assim, no presente estudo o consórcio 3 foi empregado na otimização da destoxificação e descoloração do corante RBBR. Os resultados de dois planejamentos do tipo Plackett-Burman (PB1 e PB2) e um DCCR (Delineamento Composto Central Rotacional) revelaram que as melhores condições de destoxificação/descoloração foram obtidas no ensaio 11 do PB1 e no ensaio 2 do PB2. As condições de cultivo desses dois ensaios foram submetidas a experimentos de validação, porém somente a condição do ensaio 2 do PB2 (inóculo de 4 cilindros de 0,5 cm de cada fungo e 4 mL de cada bactéria (DO 0,4), 1 g/50 mL de farelo de trigo, 100 % de água do mar, pH 8 e 500 ppm de RBBR) apresentou resultados coerentes (52 % de destoxificação e 87 % de descoloração). A atividade de enzimas ligninolíticas na validação foi baixa ou ausente. As análises de FTIR (Fourier Transform Infrared Spectroscopy) resultaram em diferenças no padrão de bandas do corante, quando comparadas às bandas do bioensaio e do controle, indicando atuação dos micro-organismos no processo de descoloração. Os estudos dos metatranscriptomas do experimento de validação (bioensaio e controle) revelaram diferenças na expressão gênica de enzimas específicas envolvidas no processo de degradação de compostos xenobióticos, com destaque para dioxigenase e mono-oxigenases. Tais resultados evidenciam o papel do consórcio microbiano, principalmente das bactérias, na destoxificação, descoloração e degradação do corante têxtil RBBR. Os resultados do presente trabalho demonstram a importância da aplicação do planejamento experimental e da metatranscriptômica para o estudo de destoxificação e degradação de poluentes ambientais, abrindo perspectivas para novos estudos envolvendo os micro-organismos do consórcio selecionado.