Estrutura genética populacional de Squatina guggenheim (Squatiniformes, Squatinidae), um endêmico e ameaçado cação-anjo do Atlântico Sudoeste

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bunholi, Ingrid Vasconcellos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193559
Resumo: Recursos pesqueiros compreendem importantes fontes econômicas e são essenciais em muitas regiões, porém, seu acesso não regulamentado e insustentável pode ocasionar acentuados declínios populacionais em muitas espécies. O cação-anjo Squatina guggenheim é um tubarão costeiro e endêmico do Atlântico Sudoeste e um dos principais alvos da pesca incidental. Em decorrência disso, esses tubarões apresentam fortes sinais de declínio populacional e estão atualmente classificados como “Em Perigo” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da International Union for Conservation of Nature (IUCN). A partir desse cenário, este estudo teve como objetivo avaliar os níveis de diversidade genética, estrutura populacional e aspectos demográficos de S. guggenheim no Atlântico Sudoeste, utilizando marcadores moleculares mitocondriais: Região Controle (RC), Citocromo B (CytB), Citocromo c oxidase subunidade I (COI) e o marcador molecular nuclear: internal transcribed spacer 2 (its-2). Detectamos altos índices de diversidade genética para os marcadores mitocondriais concatenados em 122 amostras (hRC+COI+CytB = 0.838; πRC+COI+CytB = 0.0017) e uma significativa estruturação populacional para os mesmos marcadores (ɸST RC+COI+CytB = 0.2992, p=0.001), enquanto o marcador nuclear demonstrou ausência de estruturação. A maior divergência genética foi observada entre as populações Sudeste do Brasil (SEBR) e Sul do Atlântico Sudoeste (SASO). As análises filogenéticas apresentam a presença de duas linhagens matrilineares simpátricas para a espécie, que divergiram 1,26 milhões de anos atrás (Mia) durante o Pleistoceno. Sinais de expansão demográfica leve foram detectadas no mesmo período geológico para ambas as populações, porém ocorridas em eventos glaciais-interglaciais diferentes. Essas descobertas refletem uma alta fragilidade desta espécie ameaçada de tubarão frente aos impactos da pesca local e fornecem informações relevantes para a elaboração de planos de conservação eficazes para preservar seu potencial evolutivo, principalmente nas regiões mais frágeis.