Bioprospecção dos fungos endofíticos associados as variedades morfoanatômicas de Casearia sylvestris e estudo químico de Preussia sp. por abordagens OSMAC

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Somensi, Andressa [UNESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Casearia sylvestris; Endophytic fungi; Fungos endofíticos; Preussia sp.; OSMAC
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/146705

Micro-organismos associados a vegetais desempenham um papel importante na descoberta e desenvolvimento de novos fármacos. Com isso, a busca por novas fontes de substâncias bioativas tem se intensificado, destacando os estudos realizados com fungos endofíticos, os quais apresentam uma elevada diversidade taxonômica e estrutural dos metabólitos secundários, sendo estes com potencial antitumoral, antimicrobiano e antifúngico. Estas observações motivaram o desenvolvimento do presente trabalho, o qual visa a bioprospecção dos fungos endofíticos associados as variedades morfoanatômicas da espécie vegetal Casearia sylvestris e o estudo do perfil metabolômico de Preussia sp por abordagens OSMAC (One Strain Many Comounds). Para tanto, o isolamento dos fungos endofíticos conduziu a vinte e quatro linhagens puras, sendo onze linhagens de C. sylvestris var. lingua e treze de C. sylvestris var. sylvestris, resultando em extratos brutos promissores na produção de substâncias bioativas. A bioprospecção inicial conduziu a seleção do fungo endofítico Preussia sp., afim de realizar um estudo químico da espécie por meio de abordagens OSMAC. O cultivo em laboratório, nem sempre mimetiza o habitat natural dos micro-organismos e não exploram de maneira completa toda diversidade das vias biossintéticas. Pequenas alterações nos parâmetros físicos e químicos de fermentação são capazes de modificar completamente o perfil metabolômico desses micro-organismos. Essas estratégias buscam elicitar novas rotas biossintéticas, aumentando a diversidade dos metabólitos secundários produzidos a partir de uma única cepa fúngica. Com isso, foram estabelecidas três estratégias de estudo, variando a composição nutricional do meio cultivo (MDB, Milho e MDB+Cu2+). O estudo de Preussia sp., cultivado em meio líquido de MDB, levou ao isolamento de seis dicetopiperazinas, uma isoflavona (Daidzeína) e o ácido 2-(4´-hidroxifenil) propiônico. Do cultivo da linhagem em meio sólido de Milho foram isoladas duas xantonas, sendo uma isolada pela primeira vez como produto natural, três oxepinocromanonas e três furocromanonas, sendo uma furocromanona descrita pela primeira vez na literatura. O cultivo da linhagem em meio líquido de MDB com adição de íons cobre, conduziu ao isolamento de duas oxepinocromanonas, sendo uma inédita, além de uma pirriolida e a 2,4-diidroxi-3,6-dimetilbenzaldeído. Varredura no espectro de UV do extrato bruto do cultivo em MDB, na ausência de cobre, não indicou a presença de cromonas, sugerindo que este metal esteja elicitando a produção desta classe de metabólitos. Esse resultado fortalece a abordagens de novas ferramentas eficazes na elicitação de novas vias biossintética por meio de alterações nos parâmetros de cultivos. Algumas substâncias puras foram submetidas à avaliação da atividade fitotóxica e erradicação de biofilme formado pela bactéria S. epidermidis ATCC 34984 e apresentaram bioatividade. Portanto, esses resultados ressaltam a importância de estudos da diversidade metabólica de fungos endofíticos, uma vez que estes possam ser uma fonte promissora de novos metabólitos secundários bioativos por meio de uma única cepa fúngica.