Da menina negra á mulher preta: educação e identidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Juliana dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204301
Resumo: O Movimento do Feminismo Negro, no Brasil, vem crescendo contemporaneamente e reivindicando novas pautas para a promoção de políticas públicas e de ações que visem ao empoderamento e à construção de um novo local social da mulher negra. O diferente enfoque trazido pela interseccionalidade destaca as peculiaridades que o racismo, que o machismo e que a pobreza, juntos, promovem no caminhar sociocultural da negritude. No ambiente escolar, podemos notar a “não presença” de mulheres negras nos livros didáticos, apesar de seus grandes feitos históricos, como, por exemplo, Tereza de Benguela e Aqualtune. É um relato silencioso do lugar social do feminino negro no Brasil, remetendo-nos, portanto, aos conceitos de “sociologia das ausências”, de Boaventura, e de “imagens de controle”, de Collins. Diante desses fatos, ao quais pretendendo acoplar conhecimento às ações da década internacional de Afrodescendentes (2015-2024), proclamada pela Assembleia Geral da ONU, esta pesquisa desenvolve-se a partir da seguinte problemática: Quais as possibilidades da educação formal para a construção da identidade de meninas negras no Brasil? Pretendemos responder a este questionamento por meio dos seguintes objetivos específicos, a saber: (i) contextualizar, a partir da interseccionalidade e do conceito das imagens de controle, a problemática da mulher negra na sociedade brasileira contemporânea; (ii) levantar o papel da escola para a construção de identidade de gênero e de raça; (iii) analisar proposta educativa voltada às meninas negras. A abordagem é qualitativa e a natureza da pesquisa é aplicada. As técnicas utilizadas são pesquisa bibliográfica e análise documental. Os materiais analisados são a produção midiática intitulada “Porque preciso voltar à escola”, produzida por Ana Paula Xongani em parceria com Michelle Obama, e o documentário “Parece Comigo”, vencedor do 10º Edital de Roteiros Rucker Vieira da Fundação Joaquim Nabuco. A análise dos documentários revelou que há aspectos centrais relacionados à educação de meninas negras, como a inexistência de bonecas negras que possibilitem a construção de uma identidade negra feminina e os racismos sofridos no ambiente escolar, sobretudo relacionados a padrões estéticos excludentes e homogeneizados. Pretende-se ainda, a partir do conteúdo desta dissertação contribuir com conhecimentos e possibilidades para a reflexão e a implementação de ações educativas comprometidas com o enfrentamento e conscientização sobre as desigualdades e violências sofridas pelas mulheres negras no Brasil e ao mesmo tempo proporcionar elementos que favoreçam a construção de uma identidade negra positiva.