O uso do território e as novas dinâmicas locacionais da indústria: a implantação da Mercedes-Benz na pequena cidade de Iracemápolis (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lovadini, Mauricio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181503
Resumo: Ao longo do século XX, o capital produtivo industrial passou por metamorfoses significativas pautadas por reestruturações produtivas e organizacionais diante de transformações econômicas e tecnológicas proporcionadas pela revolução técnico-cientifico-informacional, interferindo diretamente na distribuição espacial das corporações e estabelecendo novas divisões territoriais do trabalho. As transformações espaciais promovidas pelas constantes dinâmicas do sistema capitalista construíram novos processos de acumulação. Durante a segunda metade do século XX, diversos países periféricos atuam com uma participação mais ativa no processo de acumulação ampliada do capital. Com a instalação de unidades produtivas de multinacionais, países com potencial produtivo instituíram políticas públicas de estimulo aos investimentos estrangeiros diretos, com maiores participações no contexto produtivo mundial. Esse fenômeno ocorreu de forma mais intensa em países da Ásia e da América Latina. No contexto de intensas transformações políticas, econômicas, culturais promovidas pela interligação de amplas redes de circulação e comunicação, o Brasil intensifica sua atuação na economia global, complexificando os seus circuitos espaciais da produção e estabelecendo círculos de cooperação entre os agentes globais. Esse processo se deu de forma concentrada no estado de São Paulo. Os circuitos espaciais da produção e os círculos de cooperação instituídos na cidade de São Paulo e em sua região metropolitana se dinamizam com o processo de reestruturação produtiva, estabelecendo novas configurações baseados no modelo de produção flexível, o que possibilitou uma relativa desconcentração industrial. Nesta conjuntura de intensas transformações, a indústria automotiva, consolidada sob o modelo de produção fordista, se insere no bojo de uma reestruturação produtiva pautada na flexibilização da produção e dispersão espacial. A relativa desconcentração industrial instigou disputas competitivas e atração de corporações para lugares com pouca tradição industrial, a partir de grandes ofertas de subsídios oferecidas por estados e cidades, gerando uma “guerra dos lugares”. Nesse sentido, pequenas cidades desempenham novas funções na divisão territorial do trabalho, integradas em circuitos espaciais da produção, promovida pela intensa evolução tecnológica e de reestruturações produtivas globais. As novas estratégias adotadas pelas multinacionais consideraram as pequenas cidades como possibilidade de território usado, inserindo-as em uma divisão territorial do trabalho caracterizada pelo uso do território dado pelos meios naturais, pelo desenvolvimento das técnicas e pela evolução e integração de novas divisões territoriais interligadas pelo meio-técnico-cientifico-informacional. A partir desse novo contexto de localização industrial no estado de São Paulo, a presente pesquisa investigou as reestruturações produtivas e organizacionais em curso nas indústrias automotivas, associado aos fatores, agentes e de processos do uso do território por corporações em pequenas cidades, desempenhando novas funções nos circuitos espaciais da produção e nos círculos de cooperação, tendo como recorte espacial a implantação da Mercedes-Benz no Município de Iracemápolis-SP.