Cinética do desenvolvimento oocitário e caracterização ovariana da piracanjuba, Brycon orbignyanus (Bryconidae) mantidas em sistema de recirculação nos três primeiros anos de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Olivio, Maiara Luzia Grigoli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Age
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236293
Resumo: Os peixes neotropicais migradores, quando mantidos em cativeiros nas pisciculturas, apresentam alterações no desenvolvimento ovariano no decorrer do processo da gametogênese, impedindo a maturação final dos oócitos. Assim, se faz necessário o entendimento das distintas particularidades das células germinativas da espécie para que não aconteça a supressão da reprodução. Deste modo, o objetivo deste estudo foi analisar o desenvolvimento de oócitos primários em estágio de diplóteno da piracanjuba, Brycon orbignyanus mantidas em sistema de recirculação até o terceiro ano de vida, em relação às mudanças no tecido ovariano, quando associados às fases reprodutivas e valores do índice gonadossomático (IGS) e hepatossomático (IHS). Para tal, foram utilizadas dezoito fêmeas de B. orbignyanus com idades de quatro meses, um ano, dois anos (n = 5 por idade) e três anos (n = 3), mantidas em sistema controlado de recirculação. Os ovários e fígados foram removidos para cálculos dos índices somáticos e os ovários processados para microscopia de luz. Para a análise morfométrica e quantitativa dos oócitos foram definidos três estágios celulares presentes nas (n = 18) fêmeas, denominados por: diplóteno precoce pelo grau da basofilia nuclear, diplóteno intermediário pelo início da basofilia citoplasmática e, o perinucleolar com os nucléolos rentes ao córtex nuclear. As fêmeas de B. orbignyanus permanecem imaturas até os dois anos, apresentando no epitélio germinativo apenas oócitos pré-vitelogênicos e aos três anos de idade inicia o desenvolvimento ovariano inicial, com a presença de oócitos em vitelogênese inicial, além dos pré-vitelogênicos. Os diplótenos precoces e intermediários não diferiram significativamente quando comparados às médias do diâmetro (μm) celular e nuclear entre os espécimes, entretanto, o mesmo não ocorreu com os perinucleolares, apresentando diferenças significativas (p <0,05) entre todas as idades. Estatisticamente ocorre a maior presença dos diplótenos precoces e intermediários nas fêmeas com quatro meses e um ano de idade. Já os perinucleolares, apresentam maior número aos dois e três anos. Houve o aumento nos valores de IGS, com maior pico nas fêmeas com três anos, porém, o maior pico de IHS ocorreu nas fêmeas com quatro meses, cujo, estes fatores não são correlacionados. Conclui-se que em B. orbignyanus com diferentes idades, os diplótenos precoces e intermediários apresentam os mesmos padrões morfométricos. Por outro lado, os perinucleolares aumentam de tamanho juntamente com o desenvolvimento ovariano, conforme o avanço da idade. O aumento no volume celular coincide com o aumento do IGS, mas quando associados às fases do ciclo reprodutivo, as fêmeas de quatro meses a dois anos encontram-se imaturas e somente aos três anos alcançam à fase adulta. Este estudo forneceu informações que contribuirão no entendimento da cinética do desenvolvimento do oócito de crescimento primário em estágio de diplóteno em relação as alterações no ovário de B. orbignyanus, que serviram de base em conjunto com os dados de IGS e IHS como parâmetros indicativos da fase reprodutiva que a espécie se encontra em sistema de cultivo ao longo do tempo.