Contribuições de Joyce McDougall sobre as manifestações psicossomáticas: uma teoria para a clínica psicanalítica da atualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Joicy Anne
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/213472
Resumo: O presente trabalho buscou discorrer sobre o conceito de psicossomática na obra da psicanalista Joyce McDougall, com o objetivo de conhecer o pensamento clínico da autora e de destacá-lo como uma abordagem que auxilia a clínica psicanalítica na atualidade. A psicanálise vem transformando-se com o passar do tempo, acompanhando os processos de subjetivação de cada época, o que exige constante revisão e ampliação de seus conceitos. A clínica da atualidade pode ser compreendida com base nos processos de subjetivação que se estruturam em torno da fragilidade e/ou da falência simbólica típica da pós-modernidade, o que resulta em estruturações de personalidades não neuróticas, assim denominadas para marcar a diferença existente nas organizações neuróticas que são caracterizadas pela existência do símbolo como regente da economia libidinal. O conceito de psicossomática elaborado por McDougall orienta para a compreensão sobre os modos de subjetivação na contemporaneidade e oferece uma teoria da personalidade que se estrutura por meio de defesas maciças contra as angústias de cunho narcísico e psicótico. O termo psicossomático não se reduz ao adoecimento físico, mas abrange tudo o que se refere ao corpo e às comunicações do “eu somático”, o que inclui as tendências aos acidentes corporais, os estados de depressão e de angústia que são traduzidos por sinais físicos de fadiga e de apatia, evidenciando a narrativa desafetada e a exteriorização no corpo. Acrescentam-se os fenômenos que passam desapercebidos no diálogo analítico por não se apresentarem como as defesas neuróticas e psicóticas, o que dificulta o trabalho interpretativo devido à aparente ausência de conflitos e de signos que possam ser apreendidos pelas palavras. Entende-se que a obra de McDougall oferece constructos importantes para a atuação do analista em situações de processos de subjetivação cuja marca é a depleção simbólica, sendo, por isso, uma teoria que merece ser divulgada e estudada nos círculos analíticos por se demonstrar tão atual.