Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Jane Kelly de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/91590
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Resumo: |
A ilusão dramática na comédia grega antiga possui interessantes peculiaridades quanto a seus mecanismos de construção da ficção teatral. Por vezes, o pacto que valida as convenções entre palco e platéia é evidenciado. Sabendo dessa característica, analisaremos a comédia grega antiga Acarnenses, de Aristófanes, levada à cena em 425 a. C., partindo da investigação das marcas lingüísticas que podem denotar a ruptura da ilusão. Para tal, faz-se necessário avaliar a estrutura enunciativa e definir quais são os enunciadores e os enunciatários do discurso: é necessário avaliar se o enunciado é proferido pela personagem ou pelo ator e qual é o destinatário da enunciação e, desta forma, notar se essa fala compõe-se dentro da ilusão, se for proferida pela personagem, ou se rompe a ilusão ao evidenciar a presença de um ator ou dos mecanismos teatrais. Acontece que em princípio essas falas se integram à estrutura narrativa do texto, considerando-se que se trata de falas proferidas por personagens. Mas, quando se dá a ruptura da ilusão dramática, a fala que registra essa ruptura promove, ao mesmo tempo, uma suspensão momentânea na seqüência narrativa. A confusão de identidade entre os enunciadores causa o embaralhamento entre efeito de real e efeito teatral, evidenciando a existência da dupla enunciação teatral. Avaliaremos a estrutura enunciativa da peça sem perder de vista que se trata de uma obra de ficção e, portanto, Aristófanes, ao evidenciar a presença dos mecanismos cênicos, na obra verdade, os inclui no corpo ficcional da comédia. Assim, as rupturas de ilusão, previstas pelo comediógrafo na composição da peça e esperadas pelo público das comédias do quinto século antes de Cristo, tornam-se parte integrante do gênero e, por isso, também são signos de teatro e em nenhum momento o processo semântico é suspenso. |