Fluxo gênico em citros geneticamente modificados em áreas de liberação planejada no meio ambiente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Julião, Maria Heloisa Moreno [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/259003
Resumo: A engenharia genética é uma tecnologia com potencial para promover competitividade e sustentabilidade das culturas e possibilita adicionar, por meio de transformação genética, caraterísticas como resistência a doenças e pragas e/ou tolerância a variações ambientais na citricultura. Para garantir a biossegurança de plantas geneticamente modificadas (GM), a análise de risco inclui a avaliação da movimentação e introgressão de genes da população GM na população não-GM (fluxo gênico, FG). Para minimizar o FG, barreiras físicas e genéticas são empregadas em áreas de liberação planejada no meio ambiente (LPMA) de citros GM como medidas de contenção e monitoramento do fluxo transgênico. Os experimentos foram conduzidos em quatro áreas de LPMA, com bordadura de plantas não GM compostas por duas linhas de citrandarin, duas de tangerineira Clemenules e duas de laranjeira doce ‘Pera’, dispostas excentricamente ao redor da área de plantas GM, conforme a Resolução Normativa N° 10 de 02/10/2013 da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. O FG foi avaliado em progênies de Clemenules e laranjeira doce ‘Pera’ de bordadura e em Clemenules e laranjeiras doces ‘Pera’, ‘Valencia’ e ‘Pineapple’ localizadas na área interna às bordaduras (plantas controle) a partir da identificação molecular do gene marcador de seleção nptII, presente nas plantas GM. O FG médio nas plantas de bordadura foi de 5,34% em Clemenules e de 0,31% em laranjeira doce ‘Pera’, enquanto nas plantas controle foi de 26,06% em Clemenules e 7,45% em laranjeiras doces. As características de apomixia facultativa e autocompatibilidade atuaram como barreiras genéticas relevantes para suprimir o FG em laranjeiras doces. Além disso, foi evidenciada a superior capacidade de fecundação do genótipo citrandarin em relação aos genótipos GM em condições de polinização aberta. O citrandarin H3 apresentou o maior percentual de grãos de pólen viáveis in vitro (79,7 ± 8,0%). Em polinização controlada com pólen de laranjeira doce GM e citrandarin H3, este foi identificado como parental predominante. Ademais, a distância entre as plantas receptoras de pólen e as plantas de citrandarin influenciou o FG, que tende a diminuir com a redução da distância ao genótipo superpolinizador. Em conjunto, os resultados mostram a dinâmica do FG em áreas de LMPA de citros GM, nas quais as barreiras físicas e genéticas impostas foram eficientes na limitação da dispersão do pólen GM. Esses achados podem orientar políticas de regulamentação e servir de fundamentação para futura liberação comercial de citros GM.