Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Júlia Ribeiro Garcia [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181443
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Resumo: |
Os biomateriais são projetados para interagir com sistemas biológicos, podendo ser sintéticos como o metal, ou naturais como biopolímeros. O desenvolvimento de novas tecnologias a partir de fontes renováveis é amplamente empregado nas diferentes áreas do conhecimento devido à grande preocupação com a preservação do meio ambiente. Na Medicina Veterinária, observa-se interesse para o desenvolvimento de formulações medicamentosas de longa duração, sendo os biopolímeros alternativas viáveis para desempenhar o papel de carreador, além da sua utilização como arcabouços para regeneração óssea, fios de sutura, parafusos, pinos e placas para cirurgias ortopédicas. Objetivou-se avaliar a biocompatibilidade do poli(ácido lático) (PLA) e da nova blenda PLA/poli(ε-caprolactona) (PCL) implantados pela via subcutânea em equinos. Utilizaram-se 6 equinos, 3 machos e 3 fêmeas, sem raça definida, com idade entre 10 e 18 anos e peso médio de 405 kg ± 37. O experimento foi composto por quatro grupos experimentais: grupo controle (C), grupo implante negativo (IN), grupo PLA e grupo PLA/PCL, sendo que os dois últimos foram submetidos à implantação de PLA puro ou da blenda PLA/PCL, respectivamente. Os equinos foram submetidos a procedimento cirúrgico para a implantação dos biomateriais no tecido subcutâneo, na face lateral do pescoço. Os polímeros permaneceram implantados durante 6 meses, sendo realizadas avaliações nos momentos antes, 6, 12, 24, 48, 72, 96, 120, 144, 168 h, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 16 e 24 semanas após a implantação. O exame físico consistiu na avaliação da frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura corporal (TC), motilidade intestinal (MI), grau de hidratação (GH), coloração de mucosas aparentes (CMA) e tempo de preenchimento capilar (TPC). Determinou-se a concentração plasmática de fibrinogênio (FP). A termografia infravermelha (TIV) foi utilizada para determinação de resposta inflamatória. A resposta nociceptiva foi avaliada por meio dos filamentos de Von Frey (FVF). O exame ultrassonográfico (US) foi realizado para avaliação das respostas locais à presença do material, além da ecogenicidade dos polímeros. Ao final do período de implantação, os biomateriais foram retirados por meio de biópsia cutânea para análise histopatológica, por meio das colorações hematoxilina-eosina (HE) e picrosirius-hematoxilina (PSH). Realizou-se microscopia eletrônica de varredura (MEV) para avaliação da estrutura e biodegradação do material. Aplicou-se análise de variância para medidas repetidas seguida pelo teste de Tukey. Para avaliação das variáveis histopatológicas foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Todas as análises foram realizadas com p<0,05. Não houve alteração com importância clínica nas comparações intra e intergrupos para a FC, FR, TC, MI, GH, CMA e TPC e FP. Na TIV evidenciou-se elevação transitória da temperatura termográfica cutânea (TT) dos grupos implantados (PLA e PLA/PCL). Entre 24 e 72 h após a implantação houve aumento de TT dos grupos implantados (PLA e PLA/PCL), quando comparado aos grupos IN e C. Na avaliação nociceptiva evidenciou-se diminuição do limiar nociceptivo mecânico (LNM) dos grupos implantados (PLA e PLA/PCL) e do grupo IN, em relação ao grupo C, entre 6 a 120 h após o procedimento. Observou-se diminuição do LNM dos grupos implantados em relação ao grupo IN 48 h após a implantação. No US foi possível observar maior edema nos grupos implantados e no grupo IN, em relação ao grupo C, entre 6 e 168 h após o procedimento. Nos momentos 48 a 96 h, os grupos implantados apresentaram maior grau de edema que o grupo IN. Além disso, foi possível evidenciar perda de ecogenicidade dos polímeros, que se iniciou na 5º semana para o grupo PLA, e na 6º semana para o grupo PLA/PCL. Na HE foi possível observar formação de reação inflamatória granulomatosa tipo corpo estranho, não havendo diferença entre os dois tipos de polímeros. Na PSH observou-se maior agregação e compacidade das fibras de colágeno da camada que circunda o polímero para o grupo PLA. Na MEV foi possível observar que os biomateriais (PLA e PCL/PLA) estavam em processo de biodegradação. Conclui-se que tanto o PLA puro quanto a blenda PLA/PCL são biocompatíveis e biodegradáveis com potencial para utilização na Medicina Equina. |