Dinâmica de serapilheira e volatilização de NH3 em pastos de capim-marandu com e sem nitrogênio ou consorciados com amendoim forrageiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Longhini, Vanessa Zirondi [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192962
Resumo: A inclusão de leguminosas em sistemas de gramíneas têm sido utilizadas com o objetivo de reduzir ou substituir a adubação nitrogenada, por meio da fixação biológica de nitrogênio atmosférico, via simbiose entre leguminosas-bactérias. Além disso, melhoras no aproveitamento do alimento pelo animal podem ocorrer, diminuindo a quantidade de nitrogênio excretado ao ambiente, pela urina e fezes. A volatilização de amônia nas excretas bovinas provenientes de pastos tropicais é pouco conhecida, e menos ainda sobre pastos tropicais em consórcio com leguminosa. Diante do exposto, esta tese teve como objetivo avaliar o uso do amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krapov. & W.C. Greg) em consórcio com capim-marandu [Urochloa brizantha (Hochst. Ex A. Rich.) R. D. Webster cv. 'Marandu'] como estratégia de substituição ao uso do adubo nitrogenado ureia em sistemas de produção de forragem. Para isso, três estudos foram realizados. O primeiro estudo avaliou respostas da forragem à diferentes entradas de N e tipos de forragem durante o estabelecimento sob lotação rotacionada. Os tratamentos incluíram o amendoim forrageiro em consórcio com capim-marandu, capim-marandu sem adubação nitrogenada e capim-marandu adubado com ureia (150 kg N ha-1 ano-1). O segundo estudo avaliou como as estratégias de manejo de pastos de capim-marandu afetam as taxas de deposição e decomposição da serapilheira, bem como a composição química da serapilheira dois anos após a semeadura. Os tratamentos foram os mesmos avaliados no primeiro estudo. No terceiro estudo, realizamos três experimentos de campo (estação chuvosa, de transição e seca) para quantificar as emissões de amônia (NH3), simulando a aplicação de urina e fezes de novilhas, e ureia em pastos de capim-marandu no Brasil. As excretas das novilhas foram provenientes dos tratamentos do primeiro estudo, ou seja, pastos de capim-marandu sob três formas de suprimento de N (0, 150 kg N ha-1 ou em consórcio com leguminosa). O adubo nitrogenado aumentou a massa foliar do capim-marandu (2470 kg MS ha-1) em comparação aos tratamentos não adubado e consorciado com amendoim forrageiro (1700 e 1310 kg MS ha-1, respectivamente). A porcentagem de N derivado da atmosfera (% Ndfa) para o amendoim forrageiro variou de 79 a 85% e a fixação biológica de N2 (BNF) variou de 0,7 a 2,6 kg N ha-1 ciclo-1. A adubação nitrogenada aumentou a massa existente e a taxa de deposição de serapilheira (2380 e 21 kg ha-1 MO, respectivamente) em comparação com o capim-marandu em monocultura (1670 e 16 kg ha-1 MO, respectivamente) ou em consórcio com o amendoim forrageiro (1470 e 17 kg ha-1 MO, respectivamente); ambas as variáveis foram afetadas pelas condições climáticas, com baixa taxa de deposição da serapilheira e massa existente nos meses com pouca chuva (GC4). O capim-marandu adubado com N apresentou maior concentração de N na serapilheira (7,9 ± 0,4 g kg-1 MO), resultando em menor relação C:N (34,0 ± 2,8) do que em pastos de capim-marandu em monocultura ou consorciados com a leguminosa (44,1 e 57,7 ± 2,8, respectivamente). As perdas de N aplicado na forma de NH3 entre as estações variaram entre 7,6 e 16,6% (média 11,7%) na urina, entre 1,4 a 2,9% (média 2,0%) nas fezes, e entre 11,2 a 20,5% (média 14,8%) na ureia, mostrando que a volatilização de NH3 na urina foi significativamente maior do que nas fezes, em todas as estações. A emissão de NH3 nas excretas de novilhas sob pastejo em pastos de capim-marandu consorciado com amendoim forrageiro apresentaram menor emissão de NH3 do que nas excretas provenientes de novilhas mantidas em pastos de capim-marandu adubado com nitrogênio. No geral, os benefícios do amendoim forrageiro foram mínimos porque a porcentagem de leguminosas foi ~10%. A adubação nitrogenada aumentou a taxa de deposição da serapilheira, bem como a massa existente e a concentração de N, enquanto a baixa proporção da leguminosas no sistema consorciado não foi suficiente para melhorar a ciclagem de nutrientes no ecossistema de pastagem. Excretas das novilhas e ureia depositadas em pastos de clima tropical apresentaram maiores emissões de NH3 principalmente na estação chuvosa.