Caracterização biofísica da interação entre o flavonoide Morina e a proteína Transaldolase isolada de Corynebacterium pseudotuberculosis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Prado, Ana Karla Miranda [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150451
Resumo: Corynebacterium pseudotuberculosis é uma bactéria gram-positiva causadora da Linfadenite Caseosa (LC) em caprinos e ovinos. A LC é uma doença infectocontagiosa crônica que prejudica a produção de carne, leite e lã em vários países, incluindo o Brasil. Uma vez que o tratamento da doença é muitas vezes inviável e ineficaz, a eliminação dos animais infectados no rebanho tem sido uma das principais medidas de contenção da enfermidade. Vários grupos de pesquisa vem se dedicando ao estudo de C. pseudotuberculosis visando a identificação de fatores moleculares envolvidos na virulência e patogenicidade durante a infecção. Embora alguns destes componentes já tenham sido descritos, como a fosfolipase D, novos estudos são necessários para que seja possível compreender as diversas interações regulatórias que são intrínsecas a esse microrganismo, assim muitos grupos de pesquisas produzem de forma recombinante a enzima transaldolase de C. pseudotuberculosis, envolvida na glicólise e no metabolismo das pentoses-fosfato a fim de buscar inibidores que possam controlar sua ação enzimática. Nesse contexto, os flavonoides são compostos polifenólicos encontrados nas plantas e, em alguns casos, atuam como inibidores de infecções por microrganismos. Assim, a motivação deste trabalho consistiu em identificar e quantificar uma possível interação do flavonoide morina com a enzima transaldolase, a fim de bloquear a atividade de replicação e infecção de LC. Deste modo os objetivos desse estudo foram realizar a expressão, purificação, a caracterização da estrutura secundária e estabilidade térmica por dicroísmo circular e verificação de interação entre transaldolase e morina por espectroscopia de fluorescência da proteína transaldolase. Os resultados da expressão mostram que a proteína transaldolase com 40kDa foi purificada em cromatografia de afinidade seguida de cromatografia de exclusão molecular. A sua estrutura secundária apresentou 74% de alfa hélice, 0% de folha beta, 7,9% de alças e 18,1 % de estruturas aleatórias. A análise da desnaturação térmica mostrou que a temperatura de melting foi de 48°C, indicando que a proteína é estável. A interação entre Morina e Transaldolase apresentou mecanismo de supressão estáticodinâmico, com uma constante de associação moderada e um sítio de interação. A análise termodinâmica mostrou que o processo de interação é espontâneo ∆G<0, endotérmico ∆H>0 e entrópico ∆S<0. Assim, sabendo-se que a proteína Transaldolase é a proteína chave no processo das infecções por Corynebacterium pseudotuberculosis e considerando as propriedades antibacterianas e antiproliferativas do flavonoide morina, sugere-se que este composto possa ser investigado para os seus usos específicos. Sugere-se que a interação da transaldolase com a Morina possa exercer um papel de carreador ou seja, uma forma pela qual a proteína leva a molécula para o local que ela atua, e, assim, a Morina consiga realizar sua função antiproliferativa e bloquear as infecções.