Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Scheffer, Jaine da Luz |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/235483
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Resumo: |
As abelhas são consideradas eficientes agentes polinizadores, e devido a sua característica generalista na busca de recursos alimentares disponibilizados pelas plantas, ficam sujeitas a situações desfavoráveis encontradas no ambiente, como os agrotóxicos. Dentre eles, o herbicida glifosato tem seu uso autorizado na maioria das culturas, sendo o mais comercializado nacionalmente. Diante disso, objetivou-se com o presente estudo, avaliar a toxicidade do glifosato a partir de alterações no perfil de expressão gênica de abelhas Apis mellifera africanizadas campeiras por meio de teste de ingestão. Para isso, abelhas recém-emergidas de nove colônias foram marcadas na região do pronoto e devolvidas às suas respectivas colônias; após 21 dias, 180 abelhas no total foram coletadas das colônias experimentais. Para os testes de ingestão, estas abelhas foram acondicionadas em placas Petri perfuradas, onde se mantiveram em jejum por 3 horas, totalizando seis repetições com cinco abelhas cada, sendo fornecido então o xarope de mel contendo ou não a dose letal (273,93 µg/abelha) e subletal do glifosato (2,73 µg/abelha). Após 1 e 4 horas de exposição, 15 abelhas foram coletadas aleatoriamente para as análises do transcriptoma do tecido cerebral. O RNA total de cada tratamento foi extraído pelo método de Trizol. Os genes diferencialmente expressos (DEGs) que apresentaram significância estatística foram considerados quando p-valor ajustado para múltiplas comparações < 0,05 e |log 2 FC| ≥ 2. Após a exposição das abelhas ao alimento contendo glifosato, 691 genes foram diferencialmente expressos após uma hora, sendo 404 genes para a dose letal e 538 genes para a dose subletal, com 251 genes expressos em comum para ambas as doses do herbicida. Após quatro horas de exposição das abelhas, foram diferencialmente expressos 499 genes para a dose letal e 483 genes para a dose subletal, totalizando 784 genes diferencialmente expressos, sendo 198 genes expressos para ambas as doses. Observou-se que, independente da dose utilizada, o herbicida glifosato promoveu alterações na expressão de genes relacionados a importantes vias do sistema nervoso das abelhas na fase de campeiras após uma hora de exposição. Após quatro horas de exposição, observou-se mudanças na expressão de genes relacionados a processos metabólicos e também a organelas intracelulares. Pode-se concluir que o herbicida glifosato afeta a expressão gênica de abelhas campeiras expostas de forma aguda, podendo interferir na sua microbiota intestinal, imunidade, sistema cognitivo e, consequentemente, no desenvolvimento da colônia. |