Ergonomia de interfaces digitais: efeitos do ofuscamento refletido sobre a cinemática dos movimentos da cabeça e desempenho temporal e discriminativo da atividade visual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ribeiro, Alexandre de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/202117
Resumo: No cotidiano contemporâneo, dispositivos com interfaces digitais são muito utilizados para a execução de tarefas em diversos contextos, como no âmbito ocupacional (de trabalho ou estudo), para a comunicação e até mesmo atividades de lazer. Inicialmente, o aumento do uso desses dispositivos decorreu da popularização dos computadores (desktops e laptops), o que demandou esforços para o desenvolvimento de diretrizes ergonômicas vislumbrando a saúde e o desempenho eficiente dos usuários. Posteriormente, a expansão do uso da tecnologia touchscreen aplicada a dispositivos como tablets e smartphones, entre outros provocou um aumento significativo do uso de interfaces digitais e também gerou novas problemáticas ergonômicas. Entre os tópicos relevantes da ergonomia física, o ofuscamento refletido em interfaces digitais sempre foi uma problemática que demandou muitas pesquisas. Entretanto, as evidências científicas acerca da exposição a esse fenômeno, sobre a postura corporal e desempenho visual ainda são pouco descritas quantitativamente e diversas abordagens de pesquisas são necessárias para a geração de informações com maiores especificidades que possam contribuir com a formulação de diretrizes ergonômicas. Nesse contexto, realizamos experimentos com o objetivo investigar quantitativamente os efeitos do ofuscamento refletido em interfaces digitais sobre a cinemática dos movimentos da cabeça em busca de uma melhor condição visual e sobre o desempenho temporal e discriminativo da atividade visual. Esses efeitos foram investigados em uma condição experimental com uma faixa de ofuscamento disposta verticalmente na interface digital. Os resultados também foram analisados e discutidos em relação aos resultados obtidos em nossa pesquisa inicial, a qual foi realizada com a mesma abordagem, entretanto com uma faixa de ofuscamento no sentido horizontal na interface digital. A pesquisa foi realizada com 20 participantes de ambos os gêneros e com idades entre18 e 23 anos (M = 20,2 anos; DP = 2,14). A tarefa prescrita consistia em visualizar e verbalizar a direção de optótipos apresentados na interface de um tablet com áreas com e sem ofuscamento. Para a coleta de dados foram utilizados um eye tracker e um head tracker com funcionamento integrado e sincronizado. Portanto, foi possível observar em conjunto, o tempo dispendido na leitura dos optótipos e os movimentos da cabeça executados para auxiliar a tarefa visual. Foi realizada análise cinemática dos movimentos da cabeça (posição - coordenadas dos eixos X, Y e Z) e (orientação – ângulos azimuth, elevation e roll). Os dados sobre o tempo de leitura e dos movimentos da cabeça foram tratados no Matlab e submetidos à análise estatística (ANOVA one-way de medidas repetidas) para o efeito do ofuscamento, com três níveis (antes, durante e depois da faixa de ofuscamento na interface). O nível de significância foi definido em 0,05 para todas as análises. A comparação aos pares foi realizada no post-hoc por meio do teste de Tukey HSD. O desempenho visual discriminativo foi analisado por meio dos erros e acertos no reconhecimento da direção dos optótipos. Os resultados mostram que o ofuscamento refletido em interfaces digitais, disposto nos sentidos vertical e horizontal tem efeito sobre os movimentos da cabeça e que também afeta o desempenho temporal da atividade visual, porém sem efeito sobre o desempenho discriminativo. Concluímos que o ofuscamento refletido em interfaces digitais pode ter efeito sobre os movimentos da cabeça e que a disposição da área de ofuscamento é um fator determinante da magnitude desses efeitos e que também influencia o sentido de direção desses movimentos em busca de uma melhor condição visual. Também concluímos que o desempenho visual discriminativo não é afetado pelo ofuscamento refletido, o que ocorre em detrimento aos movimentos da cabeça e ao desempenho temporal da atividade visual.