O Pasquim em tempos de abertura política (1978-1980): uma análise das grandes entrevistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Aymoré, Léa Mattosinho [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/143118
Resumo: O Pasquim, periódico semanal de enorme sucesso desde seu lançamento em junho de 1969, apenas seis meses após o estabelecimento do AI-5, foi de extrema importância para toda uma geração. Pois com seu humor inteligente promovia uma reflexão crítica sobre a realidade brasileira, além de ser porta voz de uma série de mudanças comportamentais pelas quais passava a nossa sociedade entre os anos de 1960 e 1970. Sobreviveu à censura prévia com o apoio da maior parte da intelectualidade carioca, a chamada “esquerda festiva”, responsável também por sua criação e se manteve independente por mais de uma década até perecer economicamente na primeira metade dos anos 1980. Esta pesquisa teve como objetivo analisar O Pasquim como fonte e objeto de estudo, entre os anos de 1978 e 1980, período de abertura política, em que o jornal funcionou sem uma censura prévia, e afirmou seu caráter contestador em cada edição, apoiando a campanha pela anistia, denunciando abusos e defendendo uma maior transparência por parte das instituições nacionais, lançando as bases do que seria uma das principais características da imprensa no período de redemocratização. O primeiro capítulo analisou o contexto histórico de criação e funcionamento do Pasquim em seus mais diversos aspectos políticos, econômicos, sociais, institucionais e culturais. O capítulo seguinte situou o jornal no contexto de funcionamento da imprensa alternativa, sendo o semanário um dos mais significativos representantes do setor. Por fim, o terceiro e último capítulo desenvolveu uma análise das grandes entrevistas, parte fundamental do jornal desde sua primeira edição. As grandes entrevistas, geralmente extensas, contribuíram para a inovação da linguagem jornalística e publicitária tamanha a informalidade com que eram realizadas e publicadas, geralmente na integra, transmitindo um clima de intensa familiaridade, que aproximava o leitor dos entrevistados. Esse modo totalmente inovador de realização e publicação de entrevistas foi revolucionário e intensamente imitado por inúmeros outros jornais e revistas da época, tornando O Pasquim um jornal influente não apenas por seu conteúdo, mas também por sua forma.