Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
de Praga Baião, Cheila Flávia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/252939
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Resumo: |
Ações antrópicas associadas às mudanças climáticas e ao aumento de secas propiciam maior ocorrência de fogo comprometendo os serviços ecossistêmicos ofertados pelos biomas. A Mata Atlântica é afetada pelo fogo desde a colonização e ainda ameaçada, mesmo frente a importância econômica e ambiental que possui e há pouca abordagem na literatura científica sobre o tema. Esta pesquisa se desenvolveu em três momentos: 1. Avaliou a relação do fogo com o desmatamento nas fitofisionomias de maior extensão da Mata Atlântica do Estado de São Paulo, Ombrófila Densa e Estacional Semidecídua, por intersecção de mapas de cicatrizes de fogo e de desmatamento do MapBiomas; 2. Estimou o impacto do fogo sobre o serviço ecossistêmico de retenção de sedimentos com o uso do modelo Sediment Delivery Ratio com software InVEST; e 3. Estimou e valorou a perda de carbono induzido pelo fogo com o modelo Carbon também do InVEST. Os momentos 2 e 3 foram realizados na APA Silveiras, com 542 áreas queimadas acima de 1ha, do período de 2000 a 2020, extraídas do MapBiomas Fogo, que ocorreram em Ombrófila Densa, Estacional Semidecídua, Campos de Altitude, Eucalipto e Pastagem. Os mapas de entrada no InVEST foram rodados ano a ano, uma vez com dados antes do fogo e outra com dados depois do fogo. O NBR (Normalized Burn ratio) foi utilizado para ponderar dados secundários de campo do fator cobertura de solo e da biomassa de carbono. Os resultados mostraram que apenas 3,2% do desmatamento ocorreu depois da ocorrência do fogo e que essas áreas estão localizadas mais ao leste do Estado com maior densidade de Ombrófila densa, e onde está localizada a APA Silveiras. Houve aumentos significativos na perda de solo e uma redução na retenção de sedimentos induzida pelo fogo, com perdas mais pronunciadas observadas em áreas com menor cobertura vegetal e a maior retenção de sedimentos em áreas de alta biomassa. Especificamente, o fogo resultou em um aumento de 56% na perda de solo em florestas, um aumento de 17% em campos de altitude elevada, um aumento de 43% em pastagens e um aumento de 45% em plantações de eucalipto. Fatores como severidade de queimada, erodibilidade e cobertura foram identificados como os que mais impactaram o saldo de sedimentos. Ao longo de 21 anos, houve perda de carbono após incêndios de 55,7GgC (43%), dos quais 79% ocorreram em florestas Ombrófila Densa primária. O fogo impacta negativamente o estoque de carbono das florestas nativas em uma média de 38% (variando de 19,9% a 69,1%, dependendo da fitofisionomia e sazonalidade), do Eucalipto em 87,1%, dos campos de altitude elevada em 79,5% e das pastagens em 90,4%. Nas análises de mudanças no uso e cobertura do solo, houve conversões de floresta para mosaico, desmatamento ou floresta secundária, gerando uma perda de carbono de 4,1GgC em três anos. A perda de créditos de carbono foi estimada em de US$ 23,7 milhões considerando o Mercado Voluntário e de US$ 369,3 milhões pelo Mercado Regulado. A pesquisa realizada contribuiu com uma lacuna trazendo dados que são importantes para apoiar políticas públicas de prevenção de incêndios no bioma, assim como programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). |