Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ramos, Danielle Christine Tenório Leal |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/154057
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Resumo: |
O movimento determina o conjunto de indivíduos, recursos e ambientes com os quais os organismos vivos interagem e, assim, tem um papel chave na manutenção da biodiversidade. Dadas as atuais mudanças ambientais promovidas pela atividade humana, faz-se necessário preencher lacunas no estudo do movimento das espécies para melhor compreensão das mudanças ecossistêmicas e aprimoramento da ciência da conservação. Nesta tese, exploramos o efeito da estrutura de paisagens rurais, modificadas pelo homem, sobre o movimento de aves, e suas possíveis implicações para o funcionamento de ecossistemas. Para isso, coletamos dados de movimento de aves na região do Corredor Cantareira-Matiqueira, no estado de São Paulo . Durante duas estações chuvosas (outubro de 2014 a janeiro de 2015 e setembro a dezembro de 2015), monitoramos o movimento de aves por observação direta com auxílio de binóculos, a partir de pontos que permitiam uma ampla visão do ambiente . Coletamos os dados em cinco paisagens de 600 x 600 m, compostas por mosaicos de fragmentos florestais imersos em uma matriz de pasto com diversas estruturas arbóreas remanescentes, como cercas vivas, corredores de mata ripária, árvores isoladas e pequenos capões. Após cerca de 360 horas de observação, compilamos dados de movimento de 80 espécies de aves, abordando componentes espaciais – posições e tipos de poleiros usados, distâncias de voo – e componentes temporais – tempo de repouso e velocidade de voo. Para permitir a análise eficiente desse conjunto de dados, desenvolvemos um modelo de movimento conjunto para espécies (joint-species movement model, JSMM) (Capítulo 1). O JSMM estima parâmetros de movimento espécie-específicos em função de atributos funcionais e correlações filogenéticas das espécies. Assim, ele permite o entendimento de como atributos funcionais influenciam o movimento, e sobre o quanto espécies filogeneticamente mais próximas compartilham movimentos similares. Somado a isso, mostramos que esse método aumenta a precisão das estimativas dos parâmetros espécie-específicos por modelar respostas compartilhadas entre espécies, especialmente para aquelas com dados limitados. Posteriormente, expandimos esse modelo para análises multipaisagem (Capítulo 2) para entender como a cobertura florestal e o isolamento da paisagem modificam o movimento de aves florestais. Nós mostramos que o aumento da cobertura florestal reduz as distâncias de voo das aves e a preferência por poleiros arbóreos, enquanto que o aumento do isolamento aumenta a preferência por poleiros em fragmentos florestais e o tempo em repouso. Nós resumimos as consequências dessas alterações para o fluxo de serviços ecossistêmicos das paisagens com um quadro conceitual. Por fim, buscamos entender a contribuição da disponibilidade de frutos, da abundancia de dispersores e da estrutura da matriz sobre os padrões de dispersão de sementes (Capítulo 3). Para isso, usando dados das aves dispersoras mais abundantes coletados em campo e experimentalmente, nós parametrizamos um modelo mecanístico de dispersão de sementes em paisagens virtuais. Nós mostramos que a presença de poleiros na matriz é o único fator que aumentou a distância de dispersão na matriz, enquanto que a densidade de sementes aumentou principalmente devido ao aumento da abundância de aves na paisagem. Essa tese contribui para uma mudança de escala em estudos de movimento – de abordagens baseadas em espécie para as baseadas em comunidades – e para o entendimento dos mecanismos de variação dos fluxos de serviços ecossistêmicos em resposta às alterações humanas nos ambientes naturais. |