Efeito da palha de milho na emergência de plantas daninhas e na dinâmica e ação residual de 2,4-D e dicamba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Gazola, Tiago [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214012
Resumo: A soja e o milho são culturas de grande importância para a economia agrícola mundial. No Brasil, o sistema de plantio direto é amplamente utilizado e tem como principal modalidade de cultivo a sucessão de culturas com soja e milho. Entretanto, ao longo dos anos muitas espécies de plantas daninhas resistentes foram selecionadas devido ao uso contínuo de alguns herbicidas, principalmente o glyphosate, gerando impactos negativos no manejo. Devido a limitação de moléculas disponíveis para manejar essas plantas de forma eficaz e seletiva nessas culturas, o uso de variedades tolerantes a herbicidas já comercializados tem sido cada vez mais presente, como é o caso do sistema EnlistTM da Corteva e a plataforma Xtend® da Bayer. Contudo, faltam estudos que exporem melhor o potencial agronômico dessas novas tecnologias. Para isso, foram conduzidos três estudos entre os anos de 2019 e 2020, em casa de vegetação e laboratório, para confirmar a hipótese de que os herbicidas 2,4-D e dicamba possuem ação residual de controle em plantas daninhas e que a presença da palha de milho no sistema pode suprimir o desenvolvimento dessas plantas e também interferir na ação residual desses herbicidas. Os objetivos foram I) - avaliar a influência da palha de milho no processo de emergência e crescimento de Digitaria insularis, Conyza spp., Bidens pilosa, Amaranthus hybridus, Euphorbia heterophylla e Eleusine indica, II) - avaliar a dinâmica de 2,4-D sal de colina e dicamba sal de diglicolamina (DGA) na palha de milho e III) – avaliar o efeito residual de controle nessas espécies considerando a presença e ausência da palha e o regime de chuvas. Para os experimentos de emergência e crescimento, utilizouse como estruturas reprodutivas as sementes das espécies que foram semeadas em solo na presença e ausência de 5 t ha-1 de palha de milho. Avaliou-se o número de plantas (NP) aos 7, 14 e 21 dias após a semeadura (DAS) e a massa seca da parte aérea (MSPA) aos 21 DAS. Para avaliação da dinâmica dos herbicidas em palha, lâminas de chuva acumuladas (5, 10, 20, 35, 50 e 100 mm) foram simuladas em diferentes períodos após a aplicação de 2,4-D sal de colina (912 g e.a. ha-1) e Dicamba sal de DGA (480 g e.a. ha-1) e alíquotas das soluções lixiviadas foram coletadas e quantificadas por HPLC MS/MS. Para avaliação do período residual de controle, foram realizadas curvas de dose-reposta com os mesmos herbicidas aplicados na pré-emergência das espécies em solo com presença e ausência de 5 t ha-1 de palha de milho. Para 2,4-D sal de colina as doses foram 0, 57, 114, 228, 456, 912, 1824 e 3648 g e.a. ha-1. Para Dicamba sal de DGA as doses foram 0, 30, 60, 120, 240, 480, 960 e 1920 g e.a. ha-1. Avaliou-se NP e MSPA aos 21 dias após a aplicação. A palha recobrindo o solo reduziu a emergência de todas as espécies avaliadas, exceto para E. heterophylla. A quantidade dos herbicidas lixiviados na palha é maior para 2,4-D em comparação ao dicamba e aumenta para ambos herbicidas em decorrência do maior volume de chuvas. Quanto maior o período sem ocorrência da primeira lâmina de chuva, menor é a quantidade recuperada dos herbicidas aplicados na palha. Os primeiros 10 mm de chuva são os mais importantes em termos de disponibilização de 2,4-D e dicamba. Sem a presença de palha sobre o solo, o 2,4-D é eficaz em Digitaria insularis, Conyza spp. e Amaranthus hybridus, já dicamba é eficiente em todas as espécies avaliadas. A palha de milho potencializa a ação de controle de 2,4-D e dicamba devido ao efeito físico na supressão das espécies, melhora o espectro de controle e pode prolongar o período residual de controle em função do regime de chuvas e disponibilização gradativa para os solos. Ambos herbicidas apresentam ação residual de controle e possuem potencial para serem utilizados como pré-emergentes em áreas com a presença ou ausência de palha.