Ecos da modernidade: uma análise do discurso sobre o cinema ambulante em São Luís-MA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Matos, Marcos Fábio Belo [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/100082
Resumo: O estudo aborda o ciclo do cinema ambulante em São Luís, capital do Maranhão, ocorrido entre 1898 e 1909 e que se configurou numa sucessão de espetáculos de aparelhos cinematográficos que se efetivava, quase sempre, no Teatro São Luiz, hoje Teatro Arthur Azevedo, encerrando-se quando da inauguração da primeira sala fixa de cinema (o cinema São Luiz, em 31.11.1909). O referencial teórico-metodológico utilizado é a Análise de Discurso, de linha francesa. O corpus abrange os registros deixados nos jornais Pacotilha, Diário do Maranhão e O Federalista: notas, notícias, crônicas e, principalmente, anúncios publicitários. O objetivo é estabelecer, a partir da AD francesa, de que maneira os aparelhos cinematográficos foram apresentados, discursivamente, como artefatos da modernidade. A hipótese é a de que os jornais acabaram por forjar para esses aparelhos a imagem de ícones de uma modernidade, fortemente vinculada aos artefatos maquínicos que proliferaram, frutos da Revolução Industrial, e que, então, distribuíam-se por todo o país, tendo como ponto de disseminação o Rio de Janeiro. Acredita-se que os enunciados sobre o cinema ambulante têm no seu intradiscurso a marca do interdiscurso da modernidade: o forte tom descritivista do maquinismo encontrado nas notas informativas e opinativas; a presença de muitos superlativos nos textos dos anúncios e das notas sobre os espetáculos; o fato de esses jornais apresentarem os aparelhos sempre eivados de adjetivação; o tom apologético com que os jornais definiram as apresentações dos cinematógrafos. Essa divinização dos cinematógrafos era a lógica do período, em todo o mundo, a julgar pelas análises já realizadas em textos de jornais do Rio de Janeiro e de outras localidades, que noticiam os espetáculos de cinematógrafo durante toda a fase do cinema ambulante, conhecida também como fase de domesticação ou ainda como primeiro cinema