Modelagem de previsão de Diatraea saccharalis (Fabricius, 1794) (Lepidoptera: Crambidae) em cana-de-açúcar (Saccharum spp.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carbognin, Éllen Rimkevicius [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191507
Resumo: A espécie Diatraea saccharalis, conhecida popularmente como broca-da-cana, é considerada uma das principais pragas da cultura de cana-de-açúcar. Agentes de controle biológico para ovos e larvas são promissores, no entanto, estas fases são difíceis de serem amostradas e ferramentas precisas para liberação e aplicação desses agentes são necessárias. A temperatura é um dos principais fatores abióticos que influenciam o desenvolvimento dos insetos. Desta forma, este trabalho objetivou: a) determinar as exigências térmicas de D. saccharalis e o modelo matemático mais adequado para expressar a relação entre taxa de desenvolvimento e temperatura; b) aprimorar e avaliar os modelos matemáticos Graus-dia e Equações de diferenças na previsão de picos populacionais da praga e c) validar as previsões de campo por meio de modelo de equações diferenciais com retardo e dados obtidos em laboratório. A temperatura de 18 ºC causou 78,16% de mortalidade. A temperatura ótima para o desenvolvimento foi de 28 ºC e a temperatura de 36 ºC foi letal para todas as fases de D. saccharalis. O ciclo total de vida (ovo-adulto) variou, em média, de 39 a 137 dias. A constante térmica obtida pelo modelo linear Ikemoto e Takai foi o de melhor ajuste, com valores para ovo, larva e pupa, respectivamente de: 68,25, 354,24 e 125,20 graus dia (GD). O modelo Brière-1 foi considerado o mais adequado para todas as fases. Embora os modelos de Harcourt e Equação-16 tenham mostrado, respectivamente, bons ajustes para ovos e pupas, eles superestimaram Tmax. Assim, as temperaturas mínima, ótima e superior foram, respectivamente: 12,8, 31,1 e 36,8 ºC para ovos; 14,3, 30,8 e 36,3 ºC para larvas e 13,0, 30,8 e 36,4 ºC para pupas. A taxa intrínseca de crescimento mostrou que D. saccharalis pode persistir em temperaturas entre 15,5 ºC e 33,7 ºC. Assim, o aumento da temperatura pode resultar em aumento da infestação em importantes localidades produtoras de cana-de-açúcar. A partir dos dados obtidos em laboratório e campo foi proposto, respectivamente, o aprimoramento do modelo Graus-dia a fim de considerar um intervalo de controle e uma árvore preditiva da intensidade de infestação considerando as condições de temperatura do ar e umidade relativa. Os requerimentos térmicos obtidos em laboratório e os dados reais de campo serviram de base para o modelo de equações diferenciais com retardo. Este modelo previu quatro picos de adultos, o que foi compatível com as observações de campo. Em campo, verificou-se redução da infestação da praga após as medidas de controle baseadas nas previsões dos modelos.