Condições associadas com alterações do apetite em pacientes em hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Borges, Mariana Clementoni Costa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PTH
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/150458
Resumo: Na doença renal crônica (DRC) diminuição progressiva dos estoques corporais de proteínas e energia ocorre frequentemente, caracterizando Protein energy wasting, quadro de desnutrição associada à inflamação, com consequente redução do apetite dos pacientes. Anorexia é uma condição relevante entre pacientes em hemodiálise, e apesar da difícil avaliação, devido o caráter subjetivo e à falta de instrumentos validados, observa-se forte influência sob o estado nutricional e resposta à terapia dialítica e medicamentosa. Objetivo: Avaliar associação entre o “apetite prejudicado” com marcadores nutricionais, inflamatórios, hormonais e ingestão alimentar em indivíduos portadores de DRC tratados regularmente por hemodiálise. Métodos: Estudo analítico transversal com pacientes com DRC do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Foram avaliados parâmetros clínicos, laboratoriais, antropométricos, composição corporal, função muscular e ingestão alimentar. Para caracterização do apetite foram aplicadas três perguntas do questionário validado pelo HEMO Study (2005). A primeira pergunta: “Durante a semana passada, como você classificaria o seu apetite?” tendo como opções de respostas: 1) Muito bom, 2) Bom, 3) Razoável, 4) Ruim ou 5) Muito ruim. A segunda questão, se houve mudança no apetite em relação à semana anterior e, em caso afirmativo, a terceira pergunta, se diminuiu ou aumentou o apetite. Após a caracterização do apetite, a amostra foi dicotomizada segundo as respostas. Para comparação entre os grupos “apetite normal” e “apetite prejudicado” foi utilizado test T Student para variáveis normais, e modelo linear generalizado para as variáveis de distribuição não normal. Modelo múltiplo de regressão logística com procedimento backward foi utilizado para identificar associação das variáveis com desfecho. Resultados: Foram incluídos 125 pacientes em hemodiálise, idade de 60,6 ± 14,12 anos, 56,8% do sexo masculino e mediana do tempo em diálise de 35,5 meses (mínimo de 7 e máximo de 266 meses). Em relação ao apetite, houve maior prevalência da classificação do apetite “bom” (63,2%); na dicotomização da amostra, 98 (78,4%) pacientes apresentaram “apetite normal”, e 27 (21,6%) “apetite prejudicado”; que associou-se independentemente com baixa ingestão de zinco (p=0,03), menor concentração sérica de ureia (p=0,04), e com elevado PTH sérico (p=0,03), ainda sendo possível sugerir o envolvimento da inflamação pela aumento da PCR . Conclusão: apesar da simplicidade de se avaliar o apetite, sua interpretação é desafiadora frente ao caráter subjetivo. Baixa ingestão de macro e micronutrientes foi mostrada nesta população estudada, mesmo naqueles com “apetite normal” e “apetite prejudicado” esteve associado independentemente com a baixa ingestão de zinco, hiperparatireoidismo e possivelmente com a inflamação. Detecção precoce dessas alterações auxiliam na prática clínica facilitando a interpretação da deterioração do estado nutricional.