Monitoramento da restauração ecológica de uma área degradada no cerrado e inserção de leguminosas como forma de contribuição ao processo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fardin, Flávio Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183695
Resumo: Na região Noroeste do Estado de São Paulo, divisa com Mato Grosso do Sul, a construção da Usina Hidrelétrica-UHE de Ilha Solteira, em 1965, deu origem a extensas áreas degradadas, devido à remoção da vegetação e utilização do solo para formação do barramento do Rio Paraná. O subsolo exposto resultou em insignificante recuperação do Cerrado, ao longo do tempo, pois o material exposto é edaficamente insuficiente para dar suporte ao estabelecimento e desenvolvimento da vegetação, além da ausência de fatores como o banco de sementes e microrganismos, comuns nos 0,10 m superficiais dos solos. Com o objetivo de recuperar as condições ecológicas da área, em 2011/2012 deu-se início ações de restauração por meio da revegetação. O trabalho foi desenvolvido na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE) da UNESP de Ilha Solteira, situada no Município de Selvíria, MS. Inicialmente a área foi mecanizada (escarificação a 0,40 m de profundidade), como condicionantes do subsolo foram incorporados resíduo orgânico - RO (macrófitas aquáticas) nas doses 0, 16, e 32 Mg ha-1 e resíduo agroindustrial - RA (cinza), nas doses 0, 15, 30 e 45 Mg ha-1, e parcialmente revegetada, com o plantio de mudas de 10 diferentes espécies arbóreas nativas do Cerrado (espaçamento 4,0 x 5,0 m). Transcorridos 5 anos da intervenção, avaliou-se o desempenho da técnica proposta por meio da Portaria CBRN 1/2015 do Estado de São Paulo, a qual estabelece o Protocolo de Monitoramento de Projetos de Restauração Ecológica, utilizando como indicadores ecológicos: cobertura do solo com vegetação nativa (CSVN), densidade de indivíduos nativos regenerantes (DINR) e número de espécies nativas regenerantes (NENR). Os resultados apontaram que os resíduos, principalmente RO, se mostraram importantes no processo de recuperação do subsolo exposto, favorecendo a regeneração e cobertura do solo, no entanto, para os valores apresentados a metodologia sugere que fossem feitas outras intervenções para efetividade das ações de restauração. Assim, em janeiro de 2017, foram semeados dois tipos de leguminosas, o Calopogônio (Calopogonium caeruleum) e o Estilosantes Campo Grande, o qual se trata do nome comercial da mistura física de sementes de duas espécies, o Stylosanthes capitata e o Stylosanthes macrocephala. Cada uma das parcelas dos tratamentos com os resíduos foi subdivida em quatro unidades e receberam as sementes das leguminosas da seguinte forma: T1- 100% Estilosantes, T2 –100% Calopogônio, T3 – 50% Estilosantes + 50% Calopogônio e T4 – Controle (sem leguminosas). Um ano após a inserção das leguminosas a área foi novamente avaliada para os indicadores ecológicos citados, além de N, P e C do solo. Verificou-se que, mesmo após 5 anos da inserção dos resíduos, eles ainda eram significativos para CSVN, DINR, NENR, N, P e C. As leguminosas, especialmente Etilosantes, influenciaram positivamente a CSVN. Os resultados indicam que a área está seguindo uma trajetória de recuperação, mas o monitoramento deve ser mantido ao longo dos anos para que novas interferências possam ser feitas quando necessário.