Tradução e adaptação transcultural para a língua portuguesa do Brasil e avaliação das propriedades psicométricas da Escala de Amsterdam para fezes na infância.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Laura Cantisano de Deus
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183321
Resumo: Introdução: A caracterização do aspecto das fezes, para recém-nascidos e lactentes, é bastante desafiadora. A maturação do trato gastrointestinal, o tipo de dieta e a presença de possíveis malformações congênitas são fatores que influenciam na consistência, quantidade e na cor das fezes. Por tudo isso, a Escala de Amsterdam para fezes na infância (AISS) foi desenvolvida em 2009, objetivando auxiliar a análise das fezes de crianças com até 120 dias de vida. Além de avaliar a consistência das fezes, como a Escala de Bristol, a AISS propõe a descrição da quantidade e da cor das fezes, permitindo análise mais completa do hábito intestinal. Objetivo:Realizar a tradução e adaptação transcultural da AISS para língua portuguesa do Brasil e avaliar as propriedades psicométricas da versão traduzida. Metodologia:O processo de tradução e adaptação transcultural foi realizado segundo metodologia aceita e recomendada internacionalmente, composta por seis etapas: tradução para a língua portuguesa, síntese das traduções, retro-tradução e análise por um comitê de especialistas; aplicação do pré-teste e avaliação do grau de compreensão da escala traduzida;análise dos resultados e elaboração de versão final da escala.A avaliação das propriedades psicométricas da versão final da AISStraduzida para análise de 238fotos de fezes de crianças (< 120 dias de vida), por 5 avaliadoras: 2 médicas (1 neonatologista e 1 cirurgiã pediátrica), 1 enfermeira, 1 aluna da graduação de medicina e 1 mulher adulta e alfabetizada, sem atuação profissional relacionada aos cuidados em saúde de crianças. Resultados:A versão final da AISS traduzida e adaptada à língua portuguesa do Brasil é composta pelos seguintes descritores: Quantidade (1: manchada; 2: até 25%; 3:25 a 50%; 4: >50%); Consistência (A: Mole; B: Pastosa; C: Firme; D: Dura); Cor (I: amarelada; II: alaranjada; III: esverdeada; IV: amarronzada; V: verde escura; VI: acinzentada). A versão final da AISS traduzida mostrou-se confiável, já que os indicadores de concordância obtidos entre as diferentes combinações de examinadoras foram adequados, com magnitudes de concordância (kappa) consideradas como moderada, substancial ou quase completa (quantidade (k= 0,458 à 0,686); consistência (k= 0,441 à 0,508); cor (k= 0,543 à 0,805). Além disso, observamos elevada porcentagem de respostas idênticas, determinadas por examinadoras diferentes, para uma mesma fotografia de fezes avaliada pela AISS traduzida (quantidade (43,7 à 65,5%); consistência (30,3 à 49,2%); cor (50,4 à 58%)). O percentual de respostas que variaram mais do que duas classificações da escala foi limitado (quantidade (0,4 à 2,9%); consistência (0 à 0,8%); cor (0,8 à 7,1%). A versão traduzida da AISStambém se mostrou reprodutível, de acordo com os indicadores de concordância, no mínimo substanciais (quantidade (k= 0,634); consistência (k= 0,636); cor (k= 0,816), na análise das fotografias de fezes por uma mesma examinadora, em momentos diferentes.Conclusão: A versão traduzida e adaptada da AISS para a língua portuguesa do Brasil é válida e confiável para ser utilizada por profissionais da área da saúde e pelo público geral na avaliação de fezes de crianças com até 120 dias de vida.