Avaliação do potencial alelopático de cana-de-açúcar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Hijano, Neriane [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192813
Resumo: As cultivares de cana-de-açúcar plantadas atualmente são resultado de melhoramentos genéticos que foram realizados visando o incremento na produtividade, mas esta seleção resultou na redução do potencial competitivo da espécie, que pode estar associada aos compostos alelopáticos presentes e/ou liberados por cada cultivar. A família Poaceae está entre as famílias mais pesquisadas em relação aos compostos alelopáticos, dentre eles os ácidos hidroxâmicos. A alelopatia caracteriza-se pelo efeito de uma planta no crescimento e estabelecimento de outra, por meio da produção e liberação de compostos químicos secundários para o ambiente. Com isto, o objetivo foi avaliar a interferência entre plantas daninhas e cana-de-açúcar e caracterizar o potencial alelopático de cana-de-açúcar, cultivares CTC 2 e IAC 911099, pelo método de liberação por exsudação radicular; identificar ácidos hidroxâmicos liberados por exsudação radicular; isolar frações e substâncias ativas de cana-de-açúcar. Para avaliar a interferência entre cana-de-açúcar e plantas daninhas foi utilizado o método de plantas em convivência, em caixas com e sem interferência radicular, com as espécies Ipomoea hederifolia (corda-de-viola), Urochloa decumbens (capim-braquiária) e Amaranthus viridis (caruru-de-mancha). A avaliação de possível efeito fitotóxico de exsudato radicular ocorreu a partir da avaliação de germinação e desenvolvimento das espécies Lactuca sativa (alface), Solanum lycopersicum (tomate), I. hederifolia, U. decumbens e A. viridis plantadas em areia que anteriormente continha mudas de cana-de-açúcar. Para a identificação dos ácidos hidroxâmicos BOA, MBOA, DIBOA e DIMBOA a coleta de exsudatos radiculares ocorreu a partir da brotação de cana-de-açúcar em bandeja de areia em que esta foi lavada e filtrada para análise em CG-EM. Para isolar substâncias com potencial alelopático, folhas e raízes de cana-de-açúcar foram liofilizadas e preparadas para bioensaio. Os extratos mais ativos foram fracionados e as frações foram analisadas por CG-EM-DIC. As frações bioativas foram analisadas para identificar as substâncias existentes. Para o experimento da cana-de-açúcar em convivência com plantas daninhas a cultivar 'CTC 2' pode ter algum efeito alelopático sobre A. viridis, I. hederifolia e U. decumbens e a 'IAC 911099' sobre A. viridis e U. decumbens. A partir dos resultados obtidos com a germinação de sementes em substrato que continha cana-de-açúcar observa-se a liberação por exsudatos radiculares de possíveis compostos alelopáticos, tendo a ‘IAC 911099’ efeito inibitório sobre L. sativa e U. decumbens, e a ‘CTC 2’ apenas para L. sativa. Os exsudatos radiculares das cultivares de cana-de-açúcar CTC 2 e IAC 911099, nas condições testadas, não possuem quantidades detectáveis de BOA, MBOA, DIBOA e DIMBOA. Para as folhas e raízes das cultivares CTC 2 e IAC 911099, o ácido alfa-linolênico e o ácido linoleico foram identificados como bioativos e causaram inibições do crescimento de L. sativa e Agrostis stolonifera e vazamento celular de Cucumis sativus.